[ Edição Nº 01 ] – Mata Cáceres, presidente da Câmara Municipal de Setúbal.

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Edição Nº 1, 5 de Janeiro de 1998

PS perde maioria absoluta em Setúbal

Mata Cáceres admite culpas e promete mais trabalho

          O

socialista Mata Cáceres, eleito presidente da Câmara Municipal de Setúbal pela quarta fez consecutiva poderá deparar, neste mandato, com algumas dificuldades de governação pelo facto de ter de trabalhar com uma oposição maioritária, quer no executivo quer na Assembleia Municipal. Uma experiência que para Cáceres até nem constitui novidade, já que no primeiro mandato trabalhou de mãos dadas com o PSD.
          Com a tomada de posse prevista para dia 7 de Janeiro, o reeleito presidente da autarquia, acompanhado de mais três socialistas vai contar com três eleitos da CDU e dois do PSD. Uma tarefa que se avizinha difícil mas que, para já, não leva o edil a admitir coligações. “O cartão amarelo” ao PS nestas autárquicas é entendido por Mata Cáceres como o resultado de um conjunto de circunstâncias políticas e sociais, das quais o presidente admite algumas culpas.

          SR – A que se deve a perda da maioria absoluta com que governou Setúbal nos últimos anos e em que medida é que Mata Cáceres e o PS se devem penitenciar?
          MC
– De facto esperávamos eleger cinco vereadores e talvez por essa convicção tivéssemos descuidado o trabalho de campanha e de promoção do que temos feito por Setúbal. Isto a par com algum excesso de confiança do eleitorado de que o PS iria novamente vencer. Talvez por isso não tivessem sentido necessidade de ir votar. O resultado foi mais de 50% de abstenção no concelho. Para além disso, um conjunto de factores terão também contribuído para estes resultados. Entre eles a campanha feita contra a Câmara e contra o PS, através de alguns órgãos de comunicação social de Setúbal ligados ao candidato do Partido Popular. Depois viu-se o resultado, este candidato revelou-se um piloto Kamikaze e, tal como se previa não conseguiu ser eleito. O outro factor terá a ver com as obras iniciadas em 97 mas que não conseguiram estar prontas a tempo das eleições, um facto aproveitado pela oposição durante a campanha eleitoral. É que as pessoas gostam de ver obra feita mas esquecem-se que a que está em fase de aplicação também é trabalho válido. Ainda quanto aos resultados para o PS, concluímos que se deve acabar o ciclo de gestão Mata Cáceres e que a aposta daqui para a frente é no trabalho político, porque parece-me que foi aí mesmo algo foi descurado.
          SR – O trabalho do executivo camarário poderá ser dificultado pelo facto de o PS estar em minoria. Vai trabalhar sozinho ou poderá avizinhar-se uma coligação com um dos partidos da oposição?
          MC
– Trabalhar com maioria relativa não é nenhuma novidade para mim. No primeiro mandato foi assim mesmo e o trabalho fez-se na mesma. De tal maneira que conseguimos a maioria absoluta no mandato seguinte. Quanto a coligações, não penso no assunto para já e o que digo é que estou disposto a trabalhar com todos, a aceitar a colaboração dos outros eleitos e a oferecer toda a disponibilidade a favor de Setúbal e dos setubalenses. Aliás, dá a impressão que, com esta maioria reactiva, perdemos as eleições mas não é verdade. Os setubalenses deram-nos mais quatro anos para trabalhar e isso é que conta. Agora o que desejo é a concretização de todos os projectos iniciados em 97 e dos previstos para 98.
          SR – Este ano quais serão os objectivos principais do trabalho deste novo executivo?
          MC
– Para além de terminar as obras já iniciadas, na ordem dos nove milhões de contos, e que contemplam o alojamento de centenas de famílias, ao abrigo do Plano de Erradicação de Barracas, a conclusão das obras de remodelação das zonas verdes e as acessibilidades no interior do concelho, temos previsto para 1998 um conjunto de obras de vulto, entre as quais destaco a construção de mais um viaduto numa zona central da cidade, a construção e entrada em funcionamento das três piscinas municipais, a implementação de novas zonas verdes e a entrega do edifício do antigo Convento de São Francisco à Casa Pia de Lisboa. Nesse local irá ser construído um conjunto de infra-estruturas para ajudar os jovens em situação de risco.
          SR – Sendo esta entrevista a primeira que concede a um jornal digital, pedia-lhe um comentário relacionado com o nascimento do “Setúbal na Rede” e o facto de Setúbal estar agora na Internet, através desta publicação.
          MC
– É sempre muito positivo o aparecimento de um novo órgão de comunicação social porque com ele alargamos a informação sobre Setúbal e por ele a população toma mais consciência do que se passa à sua volta. Por isso o saudamos de braços abertos desde que não seja como alguns órgãos de comunicação da cidade (os pilotos Kamikaze) e primem pela isenção e rigor da informação. Sendo este um jornal publicado na Internet mais contribuirá para o enriquecimento de Setúbal porque levará a cidade as todas as partes do mundo. Por todas essas razões não podia ficar mais satisfeito.  

Entrevista de Etelvina Baía


           Atribuição de pelouros no novo executivo da Câmara Municipal de Setúbal:

          Mata Cáceres (Presidente)

– Planeamento; Administração Financeira; Cultura; Desporto; Educação e Juventude; Representação Geral do Município.

          Mota Ramos (Vereador)

– Intervenção Social; Ambiente; Protecção de Pessoas e Bens de Abastecimento.

          Soares Feio (Vereador)

– Administração Geral; Recursos Humanos; Espaços Verdes; Higiene e Limpeza Públicas; Fiscalização Municipal; Transportes Públicos e Municipais.

          Teresa Almeida (Vereadora)

– Habitação; Urbanismo e Obras Municipais.

          Duarte Machado (Vereador)

– Desenvolvimento económico;Metrologia; Turismo; Publicidade Comercial.

          Ana Isabel Alves (Vereadora)

– Trânsito; Toponímia