[ Edição Nº 06 ] – Vereadores da CDU recusam pelouros na Câmra de Setúbal.

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Vereadores da CDU recusam pelouros

          Os três vereadores eleitos pela CDU, nas eleições de Dezembro, recusaram os pelouros que lhes foram atribuídos pelo presidente da autarquia socialista, Mata Cáceres. Uma decisão anunciada por Ruben de Carvalho, Regina Marques e Chaleira Damas, através de declaração escrita, divulgada na sessão pública do dia cinco deste mês.
          Em causa, segundo Ruben de Carvalho em declarações ao “Setúbal na Rede” está a atitude do presidente da autarquia, de “atribuir um tempo inteiro ao vereador do PSD, a força política menos votada, dando-lhe também atribuições e competências em áreas relevantes” atribuindo, por outro lado, pelouros de menor importância para a vida do concelho aos eleitos CDU, nomeadamente o da iluminação pública, tendo em conta que, nesta área o vereador desempenha basicamente o papel de intermediário entre o fornecedor e o utente. Segundo avançou Ruben de Carvalho, “a CDU entende que todos os pelouros são importantes para os munícipes mas é evidente que a influência de determinadas áreas assume um papel estruturante para a vida do concelho, sendo de elementar postura democrática assegurar que o trabalho e as decisões nessas áreas sejam distribuídas de acordo com a confiança depositada, pelo voto, em cada um dos vereadores e respectivas forças políticas.” Por isso, o vereador da CDU, a segunda força política mais votada no dia 14 de Dezembro, considera que as decisões do presidente socialista “configuram a intenção de afastar os eleitos da CDU de uma intervenção activa no executivo, contrariando assim a vontade expressa do eleitorado”. O número um da Coligação Democrática Unitária na Câmara de Setúbal refere ainda que “as decisões tomadas por Mata Cáceres são um insulto ao eleitorado setubalense” e classifica essas mesmas decisões de “um golpe de secretaria que visa inverter o sentido dos resultados eleitorais, dando a vitória a quem foi derrotado nas urnas”.
          A vereação PSD, com dois representantes na autarquia, também já reagiu às decisões de Mata Cáceres. Em declarações ao “Setúbal na Rede”, a vereadora social democrata Ana Isabel Alves disse estar satisfeita com a atribuição de pelouros ao PSD mas admitiu compreender a posição tomada pelos vereadores da CDU. Segundo a vereadora do PSD “foram-lhes atribuídos pelouros menores, se é que podemos dizer isso, fortemente delimitados e que não correspondem ao perfil técnico de cada um dos vereadores. Compreendo a recusa dos pelouros mas lamento que tenha sido assim porque teria sido melhor se todos estivéssemos a trabalhar em prol da cidade.” Quanto ao tempo inteiro entregue ao PSD, Ana Isabel Alves garante que “uma coisa não invalida a outra e o presidente podia ter atribuído outro tempo inteiro à CDU.”
          O presidente da Câmara, representante da maioria relativa do PS em Setúbal, tem uma ideia diametralmente oposta à dos vereadores da CDU e do PSD. Em declarações ao “Setúbal na Rede”, Mata Cáceres disse que as decisões tomadas são para manter, sente “profundo pesar pela recusa dos vereadores CDU, em assumir os pelouros, até porque reconheço as boas capacidades de alguns vereadores. Lamento que não tenham querido assumir essa disposição de trabalhar connosco mas acredito que havemos de encontrar formas de colaboração com benefícios para todos os setubalenses.” Questionado sobre as razões que levaram o executivo a não atender aos pedidos da CDU, no sentido de dar o pelouro da cultura ao vereador Ruben de Carvalho, Mata Cáceres disse que “não tem nada que se exigir seja o que for, esta é uma competência do presidente da Câmara e temos de nos conformar com as decisões. Entendi que a melhor solução era esta e quanto a exigências de pelouros, não estamos num programa de discos pedidos…”