[ Edição Nº 17 ] – Trabalhadores da Sodia desiludidos.

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barra-3708169 Edição Nº 17,   27-Abr.98

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Trabalhadores da Sodia desiludidos

           As propostas do Governo, para recolocar trabalhadores depois do encerramento da fábrica, não agradou a ninguém porque não contempla todos os 594 postos de trabalho.           A Comissão de Trabalhadores deu um prazo de quinze dias ao secretário de Estado da Economia para encontrar soluções de emprego para todos, bem como um sistema de protecção dos funcionários com mais de 50 anos. A posição, já transmitida ao Governo, surge na sequência da reunião do dia 21 de Abril, com o secretário de Estado da Economia, Vitor Ramalho, onde foi anunciado um «pacote» de medidas que visa assegurar 320 postos de trabalho, para além de um conjunto de regalias para quem rescinda contrato em Maio, dois meses antes da fábrica fechar as portas.

          O problema é que, segundo José Pina, da Comissão de Trabalhadores, “as propostas não fazem grande sentido porque só contemplam 320 dos 594 funcionários, para além dos postos de trabalho oferecidos serem desadequados às funções dos trabalhadores em causa”. Em declarações ao “Setúbal na Rede”, José Pina explicou que “estes postos de trabalho nada têm a ver com as especialidades dos trabalhadores da Sodia e nem com formação profissional isto se resolvia porque, por mais que se queira, não se pode converter um montador em técnico electrotécnico, em tão pouco tempo”.

          Ainda segundo o dirigente dos trabalhadores da ex-Renault, a proposta governamental “não é direccionada para as necessidades dos trabalhadores” e a promessa de 650 contos para os que se despedirem antes de Julho “é ofensiva para todos nós, porque não é assim que se resolvem as coisas”. Por isso, José Pina avançou ao “Setúbal na Rede” que a proposta enviada ao Governo insiste no aumento da compensação financeira para dois mil contos, “para além de garantias para os trabalhadores com mais de 50 anos, por forma a garantir-lhes um sistema de apoio até atingirem a idade da reforma”.
          O “Setúbal na Rede” apurou junto do Ministério da Economia que a proposta feita pelo secretário de Estado, Vitor Ramalho, no dia 21 de Abril, não contemplava a protecção social dos trabalhadores com mais de 50 anos, mas avançava com a ideia de os integrar em possíveis sistemas de reconversão profissional. Quanto à promessa de 320 postos de trabalho, a oferta do Governo aponta para a colocação de 200 trabalhadores na Gestnave, quarenta e seis na Salus, 49 nas OGMA, Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, quinze permanecerão na Sodia para a manutenção das instalações e seis deverão integrar o Centro de Excelência da Indústria Automóvel, a criar nas instalações da fábrica de Setúbal, depois do encerramento, a 31 de Julho.

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