Edição Nº 34, 24-Ago.98
Autarquia moitense lança o alerta ao Governo
“Regularização do rio da Moita tem de ser feita antes do Inverno”
A Câmara Municipal da Moita, reunida no dia 19 de Agosto, aprovou uma moção onde exige a regularização do rio da Moita antes da chegada do Inverno, de maneira a evitar as cheias que todos os anos assolam os terrenos agrícolas em volta. A moção surge na sequência do arrastamento do processo desde 1992 e visa pressionar o Governo a “assumir as suas responsabilidades”, garantiu ao “Setúbal na Rede” o presidente do município, João Almeida.
“Apesar de todas as tentativas de diálogo entre a Câmara e os organismos oficiais, no sentido de resolver o problema, até agora não conseguimos nada”, pelo que o rio da Moita continua assoreado e por regularizar, o que tem provocado a saída das águas do leito normal com as consequentes inundações dos terrenos agrícolas em volta.
A afirmação é do presidente da Câmara da Moita, João Almeida, que em declarações ao “Setúbal na Rede” garante ser este um dos problemas mais persistentes daquele concelho, visto que continua por resolver desde 1992, altura em que o rio da Moita extravasou pela primeira vez devido à canalização das águas pluviais para o rio, na sequência da impermeabilização dos solos no parque industrial da Auto-Europa.
Ainda segundo o autarca, o problema tem vindo a agravar-se com o tempo, um facto a que, segundo João Almeida, não foi alheia a decisão do Governo de mandar construir canais de betão para regularizar os caudais do rio, apenas no concelho de Palmela. Uma decisão governamental que para o autarca da Moita “só veio provocar problemas neste concelho, a juzante”, uma vez que no Verão o rio com cerca de 4 km, transporta poluição e mau cheiro e no Inverno galga as margens e provoca inundações. Face ao arrastamento deste problema, para o qual o Ministério do Ambiente ainda não deu resposta, de acordo com o autarca moitense, a Câmara Municipal decidiu enviar a moção aprovada na últimas reunião, à ministra do Ambiente Elisa Ferreira, a quem a autarquia também vai solicitar uma audiência, ao Ministério do Equipamento e Ordenamento do Território, ao Ministério da Agricultora, à Assembleia Municipal da Moita e às juntas de freguesia de Alhos Vedros e da Moita, as que mais sofrem com a falta de regularização do rio da Moita.
O caudal de água que atravessa a Moita é uma ribeira cuja nascente se situa nas faldas da Serra da Arrábida, e atravessando Palmela e Moita vai desaguar no rio Tejo. Conhecido como rio da Moita, o caudal de água atravessa este concelho numa extensão de cerca de 4 km, verificando-se frequentemente o seu assoreamento.