Edição Nº 39, 28-Set.98
Biblioteca Distrital de Lobata
Com o apoio da Câmara do Seixal
A cidade de Lobata, em São Tomé e Príncipe, geminada com a cidade do Seixal, vai passar a dispor de uma biblioteca distrital. Este projecto resulta de um protocolo assinado pela Câmara do Seixal e pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, no dia 23 de Setembro. As despesas inerentes à conclusão da obra, em regime de parceria, serão pagas pelas duas entidades sendo que cada uma garantirá 50% na comparticipação dos custos.
Alfredo Monteiro, o presidente da Câmara Municipal do Seixal considera a construção da biblioteca na cidade de Lobata como “um projecto primordial e fundamental para a ajudar na construção de um país com sérias dificuldades, pensando primeiro nas pessoas”. Por parte do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, a directora Maria Teresa Gil considera o projecto como “uma parceria pioneira, inovadora e histórica”. A Câmara Municipal propõe-se ainda a disponibilizar os meios para a segunda fase de construção da biblioteca, para além de supervisionar todo o esquema de despesas e divisão de dinheiro. O protocolo assinado entre as duas entidades está inserido num programa designado por “Rede Bibliográfica da Lusofonia”, uma iniciativa que envolve os países africanos de língua oficial portuguesa, PALOP. O objectivo é intervir nas bibliotecas públicas destes países, através da promoção de espaços e de equipamento que permitam a criação de condições para a promoção do livro e da leitura. Para além disso, o protocolo pretende também revitalizar os sectores da edição, distribuição e comercialização em África, onde se registam algumas dificuldades nesta área.
Por seu lado, o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas vai responder à necessidade de livros, equipamentos, formação e animação, de forma a promover o livro. Segundo a directora do instituto, esta poderá ser uma das maneiras de assegurar a importância do livro, “para que continue a ser sempre um instrumento precioso em todo o mundo, de cidadania, de consciência e de conhecimento”, para além de continuar a ser uma garantia de acesso à informação e por isso, “uma forma de evitar o isolamento das populações”.
O projecto poderá ser alargado a municípios dos outros países de expressão portuguesa, como forma de promover a língua portuguesa nos países do espaço lusófono.
Maria do Carmo Lopes