Edição Nº 45, 09-Nov.98
UDP exige o fim das portagens na ponte 25 de Abril
Com o argumento de que “a ponte já está paga”
A Comissão Política Distrital da UDP promoveu, no dia 3 de Novembro, uma acção de sensibilização dos utentes da ponte 25 de Abril, distribuindo panfletos contra as portagens, junto ao garrafão da ponte.
Entre as oito e as nove da manhã, militantes da UDP e membros da Associação de Utentes da Ponte 25 de Abril, distribuíram cerca de quatro mil panfletos aos condutores, sob o olhar atento “e complacente da GNR”, garantiu ao “Setúbal na Rede” Carlos Santos, da Distrital da UDP, que aproveitou para elogiar o comportamento pacífico e compreensivo dos agentes que “não interferiram em nada, contrariamente ao que aconteceu nas últimas acções desencadeadas pelos cidadãos, neste local”.
Carlos Santos está convencido de que a iniciativa acabou por se revelar um sucesso, quer pelo facto de terem conseguido distribuir toda a informação e sensibilizado os condutores para a questão das portagens, quer “pelo facto de muitos nos perguntarem quando é que voltamos a lutar, na ponte, pelo fim das portagens”.
É que, segundo Carlos Santos, “não faz sentido que, para entrar em Lisboa, a população da margem sul pague portagens, e nem sequer faz sentido pelo facto da ponte já estar paga, e inclusive, estar a dar lucros”. Diz este responsável que a ponte Vasco da Gama foi construída para, “praticamente não ser usada porque a 25 de Abril continua a sofrer de engarrafamentos”, sendo que, por essa razão, Carlos Santos chega mesmo a questionar a validade e utilidade da nova ponte.
Diz ainda o dirigente da UDP que “a nova ponte quase não desviou trânsito da ponte 25 de Abril porque foi construída no sítio errado, já que a sua construção não teve em conta as encessidades da população da margem sul do Tejo”.
E associando esta iniciativa à regionalização, Carlos Santos garante que “se a região fosse tida em conta, a ponte teria sido construída no Barreiro, com travessia de comboio, levando o comboio do Algarve a Lisboa”. Para além disso, adianta este responsável, “seria construído o metro de superfície ligando os concelhos ribeirinhos da margem sul, atravessando a ponte 25 de Abril e fazendo a ligação à rede de metro, em Lisboa”. Quanto aos comboios na ponte 25 de Abril, a UDP mostra-se preocupada por considerar que, sendo a primeira rede explorada por privados, “vai impor preços caros para a travessia da ponte”.