Edição Nº 100 • 29/11/1999 |
Por causa de uma decisão judicial Uma decisão do tribunal de Lisboa que dá por interdito o terreno da Quinta Pequena a favor dos seus proprietários, põe em causa o futuro da colectividade desportiva que legalmente é inquilina daquele espaço. A medida terá surgido repentinamente, no dia 23 de Novembro, o que levou a um autêntico levantamento da massa associativa e fez accionar o gabinete jurídico do clube que decidiu recorrer da decisão judicial. O que a direcção sabe é que o tribunal aceitou o pedido e que a decisão judicial está suspensa, no entanto o risco de despejo continua a ser uma realidade. A decisão dos proprietários do terreno da Quinta Pequena, no Barreiro, de retirar ao Luso o único campo de jogos de que dispõe foi tomada “de má fé”, na medida em que “enquanto inquilino, o clube não foi avisado com antecedência”. A queixa partiu do presidente do Luso, José Rebelo, que disse ao “Setúbal na Rede” lamentar “estar o clube a pagar pela intenção dos proprietários, que deve ser a de vender o terreno”, situado numa das zonas mais centrais do concelho. Mas apesar do “desgosto” que a direcção e a massa associativa do clube octogenário recebeu com tal notícia, José Rebelo diz-se “aliviado” pela aceitação do recurso em tribunal e sensibilizado com a “onda de solidariedade” gerada em volta do Luso, “quer dos clubes do distrito, que já ofereceram campos para os treinos”, quer da Câmara Municipal do Barreiro que, não dispondo de terrenos para ceder ao clube, “disponibilizou-se para ajudar no que for preciso”. Mas o caso está longe de terminar, uma vez que “ainda falta o despacho final do tribunal” sobre a validade das razões apontadas no recurso, por isso o Luso continua em risco de perder o campo de treinos. E para tentar “precaver o futuro”, já que José Rebelo diz que “sempre soube que um dia o clube tinha de sair dali”, a direcção encetou já um conjunto de reuniões com entidades e empresários locais, no sentido de obter ajuda. Embora as perspectivas “não sejam ainda animadoras”, o presidente do Luso não desarma e diz que vai continuar a pedir ajuda até que “alguém nos ceda terreno para o campo de treinos”. Uma das esperanças reside no encontro agendado para esta semana, com um construtor civil do distrito, que “se tem mostrado interessado em apoiar o clube”, acrescenta José Rebelo. O andamento do processo será o grande tema da assembleia geral do Luso marcada para o dia 3 de Dezembro, onde na altura os sócios se pronunciarão sobre outras possíveis formas de preservar o clube desportivo que no dia 11 de Abril completará 80 anos de vida. |