Edição Nº 101 • 06/12/1999 |
“Certificação das empresas é um investimento” “O processo de certificação das empresas deve ser encarado como um investimento, com retorno”, afirmou Carlos Valente, director da Qualidade da Pioneer Electrónica, durante uma acção de sensibilização para a qualidade, onde foi discutida a remodelação das normas do ISO (International Standart Organizational) para o processo de certificação das empresas. Inserido no programa do mês da Qualidade da APQ (Associação Portuguesa da Qualidade), o Pólo Dinamizador da Qualidade de Setúbal, promoveu no CEISET uma acção de sensibilização, visando “a divulgação e promoção do conceito de qualidade”. Segundo Vasco Lemos Vieira, director-geral do CEISET e membro da Comissão Instaladora do Pólo, este seminário foi uma das acções, dentro da actuação deste organismo, que tem vindo a percorrer as escolas e empresas do distrito em acções de formação/sensibilização para o tema da qualidade. Embora considere que a mensagem esteja a ser bem transmitida, Lemos Vieira não deixou de manifestar alguma preocupação, sobretudo em relação a algumas escolas, que apresentam estados verdadeiramente “preocupantes” em termos condições de ambiente e infra-estruturas. Daí defender, antes de mais, que “a qualidade é um estado de espírito”, ao que Jaime Ribeiro, consultor da Móveis J.A. e um dos membros da Comissão Instaladora do Pólo Dinamizador de Setúbal, acrescenta que “é necessário haver vontade de instalar o processo de qualidade”. Esta opinião é, de igual modo, partilhada por Maria José Gomes, do Grupo Navigomes, para quem o sucesso da empresa passa pelo seu processo de certificação, que teve início em 1985 e através do qual se conseguiu atingir o grau de qualidade que algumas empresas do Grupo possuem e que irá ser extensível a todas as outras. A directora de qualidade da Navigomes considera que já se nota “alguma sensibilização para este aspecto, embora seja ainda mais relevante nas grandes empresas”. No entanto, e fazendo parte das pequenas e médias empresas, a Móveis J.A. é um exemplo de gestão que tem vindo a apostar cada vez mais na implantação de um processo de qualidade, que passa entre outros elementos, por um alargamento do espaço da empresa e criação de melhores condições de trabalho. A Pioneer Electrónica Produção, S.A é outro caso de sucesso que, na opinião de Carlos Valente, resulta da “preocupação constante da empresa passar a informação aos trabalhadores e da influência japonesa na gestão dos recursos”. Porém, as diferenças entre culturas exige uma “adaptação da filosofia japonesa à realidade portuguesa”, de modo a evitar eventuais choques de culturas. Carlos Valente defende a necessidade das empresas “se virarem não só para os clientes mas também para os trabalhadores”, conseguindo desta forma, uma melhor gestão dos recursos humanos, materiais e sistemas de informação. |