Edição Nº 102 • 13/12/1999 |
Boieiro vai receber administrador da Empordef O presidente da Câmara Municipal de Alcochete recebe esta semana um administrador da empresa do Estado ligada à construção do incinerador de armamento militar, a Empordef, que solicitou uma reunião com o autarca para esclarecer o caso. No entanto, Miguel Boieiro já garantiu ao “Setúbal na Rede” que o encontro não tem significado, uma vez que o que se pretende é uma justificação oficial. Entretanto, o autarca prossegue os contactos para reuniões com as câmaras de Montijo e de Palmela. O presidente da Câmara de Alcochete, Miguel Boieiro, pediu uma reunião com o presidente da Câmara Municipal de Palmela, estando ainda previsto um pedido de reunião com a presidente da Câmara de Montijo. O objectivo é discutir a questão do incinerador, e tentar saber de que forma estes três municípios afectados pela eventual construção do equipamento podem levar o Governo a dar explicações sobre o caso. No entanto, considera que as reuniões não devem ter início antes do município de Alcochete ser oficialmente informado das intenções governamentais, pelo que a Câmara pretende “esperar” até que surja uma participação formal, garantiu Miguel Boieiro ao “Setúbal na Rede”. O autarca minimiza a importância da reunião a manter esta semana com um administrador da Empordef, a pedido do representante da empresa, no sentido de dar a conhecer o projecto do incinerador de armamento militar obsoleto, a instalar em terrenos da fábrica de explosivos, a reactivar no próximo ano, numa área que ronda os 300 hectares. É que, para o edil de Alcochete, por mais que o responsável pela empresa explique, “nada disso será oficial”, uma vez que não vem em representação do Ministério da Defesa. Por isso, continua por esclarecer o “silêncio” governamental perante “as preocupações” da autarquia e das populações residentes na área que circunda os terrenos. Face à ausência de justificações oficiais, o presidente da Câmara chega a desconfiar de “má fé” em todo este processo, uma vez que “se isto estivesse a ser feito de boa fé, não deixavam de explicar o que se passa”. Apesar deste ‘imbróglio’, Miguel Boieiro não se manifesta contra a implementação do equipamento por desconhecer por completo os contornos do projecto. Contudo, sempre vai dizendo que a autarquia continua preocupada com as populações em redor e com a preservação do meio ambiente, uma vez que tudo aponta para a construção do incinerador junto à fábrica de explosivos Extra, junto ao IC 13, numa área de corredor entre duas reservas naturais e próxima de aglomerados populacionais. |