[ Edição Nº 102] – CRÓNICAS DA BEIRA-MAR por Raul Oliveira.

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É preciso ter lata… de Água

          Já não é a primeira vez que tenho problemas com o INAG – Instituto Nacional de Água, de quem sou (obrigatoriamente) cliente, desde que resido em Santo André, já lá vão mais de 20 anos.

Ao longo deste período de tempo por duas vezes, pelo menos que me lembre, sofri a prepotência de quem tem a faca e o queijo na mão.

Há uns meses atrás, por esquecimento paguei a factura mensal fora do prazo estipulado. Resultado do esquecimento, cortaram-me a água.

Chegado a casa, para além de aturar a má disposição da minha mulher (carregada de razão), não tinha almoço.

O curioso é que, ao liquidar as centenas de escudos da minha “brutal dívida”, fui mimoseado com o pagamento de uma taxa de ligação muito superior ao que paguei de consumo de água. Constatei que uma vizinha também se tinha esquecido de pagar a sua factura, mas a ela, curiosamente não lhe cortaram a água, talvez por ter alguma “cunha” lá nos serviços.

Critérios!

Já da segunda vez, o caso é mais complexo, porque me esqueci outra vez do raio da factura da água, passadas apenas 24 horas ao liquidar outra “brutal dívida”, o INAG obrigou-me a pagar mais 25$00 de… juros de mora.

Vá lá que desta vez não me cortaram a água.

Já agora gostava que me esclarecessem quem paga os balúrdios de água que por vezes em vários pontos da vila, e por períodos prolongados, ficam a correr (pró boneco).

No entanto, não deixo de questionar, tal como fez há mais de um século Eça de Queirós, o que posso eu cortar, por exemplo, ao presidente do INAG, se com o pagamento em dia, me faltar a água em casa (o que não é tão raro assim)?