Reconstruir Timor com Arte
Leilão ficou aquém das expectativas
95 contos pela venda de quatro obras de arte de artistas plásticos de renome foi quanto os promotores da exposição e do respectivo leilão conseguiram angariar para auxiliar o povo timorense. Um balanço negativo para a organização, tendo em conta que, na Igreja de Santiago, em Palmela, estiveram a concurso 24 obras de arte.
Ou é a época do ano, cuja quadra natalícia “talvez não permita muitos gastos extra”, ou então é um “arrefecimento do interesse pela causa de Timor Loro Sae”. As hipóteses que podem sustentar o desinteresse dos potenciais compradores pelo leilão de arte realizado no dia 11 de Dezembro, na Igreja de Santiago, são colocadas por Ana Cristina Teixeira, membro do grupo de cidadãos que decidiu ajudar o povo timorense.
Decepcionada com o resultado do leilão, que apenas conseguiu vender quatro trabalhos, tendo um deles sido adquirido pela vereadora palmelense, Adília Candeias, a responsável lamenta terem sido apurados apenas 85 contos, uma verba que reverterá para a conta que a Câmara Municipal de Palmela abriu para o povo timorense.
Ana Cristina Teixeira diz não compreender o sucedido, uma vez que as obras são de qualidade e “a causa era nobre”. Admitindo que o interesse dos portugueses pela situação em Timor Loro Sae “possa estar a arrefecer, agora que o conflito terminou”, esta responsável alerta para o facto da construção do país e a tentativa de supressão das dificuldades de sobrevivência indicarem que “agora é que os timorenses mais precisam da solidariedade dos portugueses”.
Determinada em apurar as causas do insucesso do leilão de arte por Timor, Ana Cristina Teixeira quer agora reunir com os outros promotores da iniciativa antes mesmo de iniciarem próximas acções de solidariedade. No entanto, defende que tudo foi feito “com o máximo profissionalismo”, tendo a exposição que decorria desde 27 de Novembro, obtido uma boa participação do público.
Entre as 24 obras a leilão assinadas por nomes de peso das artes plásticas, e que acabaram vendidas por metade do preço a pedido da organização e dos artistas que ofereceram os trabalhos, foi vendido o acrílico sobre tela de Fátima Madruga, com o título “Limpando a Limpeza”, uma escultura em pedra da autoria de Carlos Dutra com o nome “Relevo Recorte”, o trabalho de Frankelin Castanheiro com o título “Lorosae” e a obra fotográfica de José Barata denominada “Futuro”.