[ Edição Nº 103] – Agricultores do distrito pouco satisfeitos com subsídios relativos ao brozeamento do tomateiro.

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500 mil contos para não produzir tomate
Agricultores ‘torcem o nariz’ aos subsídios

          A Associação de Produtores do Poceirão, Hortiset, assinou com o Ministério da Agricultura um protocolo que se estende a todas as produções de tomate do distrito, com vista a subsidiar a não produção enquanto o vírus da Tripe da Califórnia se mantiver no solo agrícola. São 500 mil contos a que os produtores ‘torcem o nariz’, uma vez que dá cerca de 70 contos por hectare.

100 mil contos por ano durante um período de cinco anos para a não produção de tomate e batata, pelo menos durante os dois primeiros anos, é o acordo firmado entre a Hortiset e o Ministério da Agricultura para combater o vírus do bronzeamento do tomateiro, conhecido por Tripe da Califórnia, que tem destruído a quase totalidade da produção de tomate e de batata da península de Setúbal.

As verbas serão distribuídas pelos agricultores da região, consoante a área dos terrenos em causa, o que dará cerca de 70 contos por hectare, lamenta o presidente da cooperativa e presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, José Silvério, que assinou o protocolo oficial.

Apesar de não ter ficado satisfeito com os termos do acordo, que considera “pouco vantajosos para os produtores” que agora terão de encontrar culturas alternativas a que não estão habituados, José Silvério disse ao

“Setúbal na Rede” ter assinado o documento por considerar ser esta a “saída possível” para a crise instalada no sector há cerca de três anos.

Agora, o dirigente dos produtores do distrito só espera “que o dinheiro chegue a horas”, por forma a ‘travar’ os processos de falência em que muitos dos agricultores da região estão envolvidos “graças à falta de apoio governamental” na resolução de um problema a que “os agricultores são alheios”. José Silvério recorda que o vírus do tomateiro é originário dos Estados Unidos, tendo surgido em Portugal há cerca de três anos por via de um lote de sementes importadas.

Apesar dos problemas com que o sector se tem vindo a debater, José Silvério adianta que “nem tudo tem sido mau” na agricultura da região, pelo menos no que se refere ao concelho de Palmela. É que, por constatar “a gravidade da crise e a falta de apoio aos agricultores”, a Câmara Municipal de Palmela decidiu apoiar a actividade.

Segundo o presidente da associação, o protocolo assinado entre a autarquia e os agricultores visa o apoio e financiamento à reconversão profissional, através da promoção de cursos profissionais de actualização.

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