Edição Nº 103 • 20/12/1999 |
Violência à porta da Misericórdia do Barreiro A intervenção da PSP à porta da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro para conter os protestos dos sócios impedidos de participar na Assembleia Geral de dia 13 de Dezembro parece ter caído mal junto dos comunistas que exigem a demissão do Governador Civil. É que os dirigentes do PCP acusam Alberto Antunes de estar “directamente ligado” à intervenção policial. Jorge Pires, da Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP, o dirigente comunista do Barreiro, José Morais, são unânimes em atribuir ao Governador Civil de Setúbal, Alberto Antunes, a responsabilidade pela atitude da policia no dia 13 de Dezembro, à porta da Misericórdia do Barreiro. Uma atitude que Jorge Pires considera “vergonhosa”, já que “a polícia imiscuiu-se nos assuntos” de uma instituição particular, “tendo ainda por cima carregado sobre alguns sócios que pretendiam entrar“. Reforçando a ideia de que os comunistas intervêm porque as polémicas com a Misericórdia do Barreiro “já foram longe demais”, Jorge Pires afirma ser necessário “repor rapidamente o estado de legalidade na instituição”. Quem não aceita as críticas é Alberto Antunes que, em declarações ao “Setúbal na Rede” rejeitou as acusações por serem “totalmente infundadas”. O Governador não só garante nada ter a ver com a intervenção policial, como aconselha os comunistas a não desacreditarem o partido. Por isso, faz votos de que “as recentes declarações de Carlos Carvalhas” sobre a necessidade de mudança “tenham algum eco no seio do PCP”. Entretanto, a polémica Assembleia Geral da Misericórdia do Barreiro, contestada pelo grupo de sócios impedidos de participar na reunião, aprovou a realização de uma auditoria às contas de 1998, as mesmas que tinham sido aprovadas na anterior assembleia, a 19 de Novembro. A decisão surgiu na sequência de rumores sobre alegadas irregularidades, acusações que a instituição quer ver esclarecidas e refutadas. Mesmo assim os associados impedidos de entrar nestas reuniões por não serem considerados irmãos, não terão ficado satisfeitos, pelo menos é o que diz João Massapina que, em declarações ao “Setúbal na Rede” disse que esta “pode vir a ser uma auditoria fantoche”, na medida em que quem fiscaliza é o Ministério do Emprego e Segurança Social, “a entidade que tutela a Misericórdia”. Por outro lado, este grupo de associados contesta a legalidade da reunião magna da Misericórdia, onde foi ainda aprovado o pedido do provedor para uma recandidatura às eleições de 28 deste mês, pelo que, à semelhança do que aconteceu com a anterior, será alvo de um pedido de impugnação. |