Contra o impasse no acordo de Marrocos
Comunistas responsabilizam Governo
A culpa do impasse nas negociações com Marrocos para a renegociação do acordo de pescas é do Governo português, garantem os comunistas de Setúbal. Tudo porque, segundo o PCP, o Ministério da Agricultura e Pescas “não soube negociar” a protecção da actividade e dos respectivos postos de trabalho, estando agora em causa mais de 500 profissionais do sector.
O Governo português “perdeu muito tempo com soluções que não interessam nem a pescadores nem a armadores”, o que levou a que o prazo do
com Marrocos tivesse chegado ao fim “sem qualquer solução válida à vista”.
A afirmação é do comunista Luís Piçarra que, em conferência de imprensa realizada no dia 15 de Dezembro, referiu a proposta de constituição de sociedades mistas entre armadores marroquinos e portugueses como “a primeira das opções” do Ministério da Agricultura e Pescas, “apesar do desacordo manifestado pelos pescadores e armadores nacionais”.
Assim, o dirigente comunista responsabiliza a administração central pela actual crise por que passam os pescadores e armadores de Sesimbra, que desde o dia 1 de Dezembro estão sem trabalho por causa do impedimento de pesca em águas marroquinas.
O dirigente comunista vai ainda mais longe ao garantir que a comunidade piscatória de Sesimbra “não quer subsídios mas sim trabalho”, numa alusão aos 130 contos mensais que os pescadores estão a receber por não pescarem. Uma quantia que considera insuficiente, já que os pescadores de Sesimbra “têm famílias numerosas que subsistem unicamente da pesca”.
Para além disso, Luís Piçarra adianta que nesta matéria os portugueses “são prejudicados” em relação aos espanhóis, uma vez que, para colmatar a paragem da actividade os pescadores de Espanha “estão a receber subsídios superiores”, na ordem dos 180 contos.
Preocupados com a situação dos pescadores de Sesimbra, que viviam da pesca do peixe espada branco, os comunistas de Setúbal dizem esperar que a próxima ronda de negociações entre a União Europeia e as autoridades do Reino de Marrocos permitam um acordo “similar” ao que expirou a 30 de Novembro, uma vez que dizem ser a “a única solução para este segmento do sector” pesqueiro da região.