Edição Nº 104 • 27/12/1999 |
Contra o fim do hospital de Alhos Vedros O anúncio do encerramento do hospital concelhio de Alhos Vedros, no concelho da Moita, feito pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, causou algum descontentamento entre a população. De tal forma que já circula um abaixo-assinado com cerca de quatro mil assinaturas como forma de protesto contra tal decisão. Agora é a vez do PCP tomar posição sobre o assunto, através dos deputados eleitos por Setúbal. Um pedido de explicações ao Governo, através do Ministério da Saúde, uma denúncia junto da Comissão Parlamentar de Saúde e a disponibilidade para “desencadear formas de luta” tendentes a anular a decisão da ARS, é o que o PCP está disposto a fazer já a partir de Janeiro para que “a população do concelho continue a dispor de um hospital em Alhos Vedros”. A afirmação é do deputado Vicente Merendas, que já fez saber à administração central o descontentamento dos comunistas face aos cortes num sector “que ironicamente, o Governo diz ser a sua nova paixão”. O deputado disse ainda ao “Setúbal na Rede” não ver qualquer razão para o encerramento da unidade de internamento e para a transferência das pequenas urgências para a Extensão de Saúde de Alhos Vedros, na medida em que a freguesia e o concelho “não têm mais onde recorrer”. Por isso considera que esta decisão “prejudicará milhares de utentes” da Moita e, ao mesmo tempo, irá provocar o ‘engarrafamento’ de serviços fundamentais no hospital do Barreiro, onde as populações terão de se deslocar se Alhos Vedros ficar sem aquela unidade de saúde. Em causa, segundo adianta o deputado Vicente Merendas, estão os cuidados de saúde a prestar aos largos milhares de utentes do concelho, sendo que desses, cerca de 34 mil não têm médico. Neste contexto, recorda ainda que entre os sem médico do concelho, cerca de quatro mil pertencem à freguesia de Alhos Vedros que, pelas contas da ARS irá ficar sem o único hospital existente na zona. |