Câmara do Barreiro satisfeita
Reclama ‘louros’ pela não construção da ETRI
O facto da Scoreco ter decidido abandonar a hipótese de construir a estação de tratamento de resíduos industriais tóxicos (ETRI) na Quimiparque deixa satisfeito o presidente da Câmara do Barreiro, Pedro Canário, que reclama para a autarquia e para a população os ‘louros’ de tal decisão. Isto porque, segundo adianta, os barreirenses nunca iriam aprovar tal instalação.
A decisão da Scoreco, de não construir, no Barreiro, a ETRI para os lixos a co-incinerar em cimenteiras é bem vista pelo presidente barreirense, uma vez que, segundo Pedro Canário, esta será a prova de que o concelho “conseguiu provar” que está numa fase mais avançada do desenvolvimento do tecido empresarial “do que quem fez o estudo pensou“.
Por essa razão, o edil entende que a ETRI iria “influenciar negativamente” o desenvolvimento em curso de que, segundo afirma, a própria Quimiparque é o exemplo, uma vez que “agora está mais vocacionada para os serviços“. Um processo evolutivo que, de acordo com o autarca, é cada vez menos virado para a indústria pesada.
Para além disso, adianta que a construção nunca seria aceite pela população e pela autarquia tendo em conta que a Quimiparque, para onde estava previsto o equipamento, “fica praticamente dentro da zona urbana“, onde num raio de cerca de 500 metros vivem “cerca de 40 mil pessoas“.
Considerando que aquela seria “a pior das localizações“, Pedro Canário diz que a Scoreco “fez muito bem em reanalizar a situação“. É que, ainda por cima o autarca diz que ao longo dos anos o Barreiro tem investido na melhoria do ambiente e da qualidade de vida do concelho, de tal forma que o Barreiro de hoje “nem sequer está vocacionado para a indústria pesada” nem para actividades que coloquem em risco o meio ambiente e a segurança das populações.
Depois de posta de parte a hipótese do Barreiro, resta saber para onde irá a ETRI que irá tratar os resíduos industriais perigosos a co-incinerar nas cimenteiras. Para já, coloca-se a hipótese da estação ser instalada na região, uma vez que, em conjunto com Lisboa, o distrito de Setúbal é responsável por cerca de 50% dos resíduos industriais produzidos no país.