Edição Nº 53, 04-Jan.99
Tribunal rejeita alargamento do prazo
Círculo Cultural pode ser despejado a qualquer momento
O Tribunal de Setúbal indeferiu o pedido de alargamento do prazo, por 120 dias, para a saída do Círculo Cultural de Setúbal do edifício que lhe serve de sede. O resultado desta decisão é um despejo a qualquer momento, a contar desta Segunda feira, 4 de Janeiro.
A notícia foi avançada ao “Setúbal na Rede” por José Maria Dias, um dos membros da direcção do Círculo Cultural, a colectividade fundada por José Afonso, que garante ter sido esta a resposta do Tribunal ao pedido feito pelos advogados da colectividade, “no sentido de dar tempo para encontrar uma solução”.
Agora, aquela que é considerada a única colectividade cultural do concelho de Setúbal corre o risco de ser posta na rua, por via de uma acção de despejo ganha na Justiça pelo senhorio. Soluções, por enquanto, não há, pese embora os esforços desenvolvidos pela direcção do Círculo junto da sociedade civil e da própria autarquia, que, apesar de ter dito que não deixaria a colectividade na rua, ainda não deu a conhecer oficialmente qualquer decisão sobre a matéria.
E se o Círculo tiver de ser despejado de um momento para o outro, coloca-se também o problema dos haveres, porque segundo José Maria Dias, “não há um único sítio onde colocar os pertences da colectividade”. No entanto, o “Setúbal na Rede” sabe que, em caso de emergência, a autarquia poderá disponibilizar um armazém para guardar o património do Círculo.
A falta de instalações pode fazer perigar os vários projectos artísticos desenvolvidos naquela colectividade, já que estes não encontram uma alternativa às salas do Círculo Cultural. O mesmo não se pode dizer do Fontenova Teatro Estúdio, um projecto de teatro amador liderado por José Maria Dias, que funciona no Rés do Chão do edifício. É que segundo este responsável, a autarquia setubalense já assegurou um espaço para o grupo de teatro, sendo que o protocolo de cedência do espaço, situado numa das zonas nobres da cidade, é assinado esta Segunda feira, 4 de Janeiro.
No entanto, trata-se de instalações provisórias, visto que, segundo as promessas do presidente da Câmara de Setúbal, Mata Cáceres, o Fontenova irá ficar instalado no antigo Cinema Charlot, recentemente adquirido pela autarquia e que este ano vai ser alvo de obras de beneficiação.