Edição Nº 53, 04-Jan.99
Para garantir a Primeira Divisão
Vitória de Setúbal ‘segura’ jogadores
Depois de ‘assediados’ por diversos clubes da Primeira Divisão, os jogadores Frechaut, Mário Loja e Paulo Filipe decidiram continuar no Vitória de Setúbal. Para tal, muito contribuíram as propostas do clube do Bonfim, que permitiram renegociar os contratos. O presidente do Vitória diz que é melhor não deixar fugir os “meninos de ouro”, porque podem significar a manutenção na divisão maior do futebol nacional. A decisão da direcção sadina foi dada a conhecer no dia 31 de Dezembro, em conferência de imprensa, altura em que procedeu à assinatura dos contratos com os três jogadores do Bonfim. No caso de Frechaut e de Mário Loja, por mais dois anos, e com Paulo Filipe por mais três anos. A assinatura dos acordos, envolvendo verbas que as duas partes decidiram manter em segredo, veio pôr um fim a notícias que indicavam que estes três jogadores estariam ‘com um pé’ fora do Vitória.
Para o presidente do clube, José Sousa e Silva, trata-se de uma medida que satisfaz ambas as partes, e que vem de encontro à política de “estabilidade” que a direcção “tem vindo a promover”.
É que, para o dirigente sadino, “não basta pagar dívidas e tratar dos assuntos financeiros do clube”, é também preciso “manter os ânimos dos jogadores e ter uma equipa para ganhar”.
Ou seja, Sousa e Silva aposta nos “meninos de ouro” do Vitória para garantir a manutenção do clube na primeira divisão. Isto porque, se o clube quer credibilidade “não pode andar, todos os anos, a subir e a descer de divisão”.
No encontro com os jornalistas, o dirigente dos verde e brancos fez questão de afirmar que está em curso uma mudança de projecto de acção no Vitória, aplicada “no dia a dia” e que leva o presidente eleito em Agosto, a afirmar que “felizmente o Vitória de 31 de Dezembro não é o Vitória de há quatro meses”.
E como exemplo desta “nova política de credibilidade”, Sousa e Silva apontou o pagamento de cerca de 200 mil contos de dívidas, nos últimos meses, a mobilização da sociedade civil e da Câmara Municipal para resolver as dívidas imediatas de 300 mil contos, e a identificação e negociação das dívidas a longo prazo, na ordem de um milhão de contos.
Satisfeito por resolver os problemas do passivo do Vitória “sem recorrer à venda de jogadores”, o presidente do clube do Bonfim reafirma a vontade de prosseguir no sentido de “arrumar a casa”, para restituir ao Vitória a credibilidade e a importância que já teve para a região.