[ Edição Nº 54 ] – Investimento de 40 milhões em Tróia.

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barra-4579816 Edição Nº 54,   11-Jan.99

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Sonae quer investir 40 milhões em Tróia
Para revitalizar a Torralta e proteger o ambiente

           O grupo Sonae apresentou ao Governo o Projecto Definitivo de Investimento para Tróia. O documento foi apresentado oficialmente no dia 5 de Janeiro, altura em que o grupo empresarial aproveitou para o dar a conhecer junto da comunicação social. Composto por uma série de medidas estruturantes, anunciadas na sua maioria pelo “Setúbal na Rede” há oito meses atrás, o projecto visa a revitalização do empreendimento e a aposta no turismo familiar de classe média, média-alta.           Se o Governo aprovar o projecto da Sonae, nos próximos seis anos serão aplicados 40 milhões de contos em Tróia, 40% da área construída vai ser demolida e serão criados 2 mil postos de trabalho, que significam um crescimento de 8% nos concelhos de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal.           As medidas apresentadas pela Sonae, a que o Governo tem seis meses para dizer sim ou não, apontam também para a redução da área construída, através da demolição de duas torres e de edifícios de serviços e da requalificação ambiental de toda a área, para além de apostar forte no turismo diversificado durante todo ano.

          Considerando que, na base deste projecto está um conceito diferenciador, Joaquim Paiva Chaves, presidente da Imoareia, considera Tróia uma área urbanística por excelência, com vantagens inigualáveis, como é o caso do clima, da proximidade a Lisboa, da sua centralidade e, ao mesmo tempo, do seu “isolamento e tranquilidade”.

          Para além destes factores, o responsável referiu ainda a ausência de “oferta compatível, orientada para famílias durante todo o ano” e adiantou que, na área da oferta, o empreendimento estará ainda preparado para “uma classe social virada para a Natureza”.           E a pensar nos turistas, a Sonae projectou hotéis de 4 estrelas, aparthotéis e aldeamentos turísticos, para além de serviços tão diferentes como um casino, um centro de convenções, um porto de recreio, golfe, piscinas, centros desportivos e a recuperação das ruínas romanas de Tróia. Isto para além da marina, a construir numa área de porto, em Setúbal, e de medidas consideradas fundamentais como é o caso da passagem do cais de atracagem do ferry boat, da zona central de Tróia para a área da antiga base dos Fuzileiros.           Um dos aspectos mais significativos deste projecto, e a que a Sonae deu maior ênfase, diz respeito aos aspectos ambientais porque, de acordo com a empresa, este trabalho foi antecedido de um estudo estratégico ambiental, com especial atenção para as áreas da Reserva Natural do Estuário do Sado.           Por isso, 60% da actual área de construção serão requalificados, sendo que o restante será demolido. O total de camas previstas é de 1968, o que a juntar às 1270 já aprovadas, dá um total inferior ao máximo previsto no Protali, Programa de Ordenamento do Território do Alentejo Litoral. A ser aprovado pelo Governo, o grupo empresarial liderado por Belmiro de Azevedo, conta iniciar os trabalhos de aplicação do projecto ainda em Outubro deste ano.           Depois de implementado, o empreendimento oferecerá um total de 7250 camas distribuídas por quatro núcleos de ocupação diferentes: o núcleo urbano, o único onde se verificará uma maior densidade de ocupação urbanística, a zona de praia que contempla um aldeamento turístico e uma área de segunda residência, o “hotel resort” que se destina basicamente ao mercado empresarial, terá um hotel, um centro de reuniões, um ginásio e o campo de golfe já existente. Por fim, a área de aldeamento denominada “eco-resort” contará com pequenas moradias de madeira erguidas sobre estacas, e para salvaguardar a tranquilidade dos que ocupam aquele espaço, só será permitido circular a pé, de bicicleta ou a cavalo.

          Quanto aos trabalhadores, Belmiro de Azevedo, o presidente da Sonae, garante que “a seu tempo saberão” dos projectos para o futuro, mas sempre vai adiantando que, sendo um projecto de ideias diferentes e “de ruptura com o que havia”, os trabalhadores que ficarem serão os que se adaptarem aos novos desafios e à nova lógica empresarial, imprimida ao empreendimento turístico de Tróia.

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