[ Edição Nº 57 ] – Programa Vida Emprego.

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barra-6101497 Edição Nº 57,   01-Fev.99

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Programa Vida Emprego arranca este mês
Para integrar toxicodependentes no mercado de trabalho

           Promovido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional em parceria com o Projecto Vida, o Programa Vida Emprego arranca em meados de Fevereiro com o intuito de ajudar toxicodependentes em recuperação e ex-toxicodependentes a arranjarem emprego. Pelas contas do coordenador distrital do Projecto Vida, Ricardo Martinez, este programa de âmbito nacional vai ter uma forte expressão em Setúbal já que o distrito é um dos mais flagelados pela droga.           Contando com verbas do Estado e a organização conjunta do Projecto Vida e do IEFP, este programa pretende assegurar o sucesso dos processos de integração de centenas de pessoas em fase de recuperação do vício das drogas, através da promoção da formação profissional e do emprego.

          É que, segundo contou ao “Setúbal na Rede” o coordenador distrital do Projecto Vida, Ricardo Martinez, factores como a formação e o emprego são “fundamentais” para a completa reintegração dos toxicodependentes no meio social, já que ao sentirem-se parte integrante da sociedade, “reduzem as hipóteses de voltar a cair na dependência das drogas”.

          A aplicação do projecto, que está prevista para meados deste mês, deverá abranger largos milhares de pessoas em todo o distrito com particular incidência no concelho de Setúbal onde, de acordo com os últimos estudos oficiais, estão identificados cerca de 4 mil casos de toxicodependência.           O alcance do Vida Emprego também parece ser um dos trunfos dos promotores da iniciativa, tendo em conta que, de acordo com Ricardo Martinez, irá abranger indivíduos em recuperação nos centros terapêuticos, os que já recuperaram mas que ainda não têm emprego e os que estão integrados nos programas oficiais de substituição da heroina por metadona.

          Ricardo Martinez, que fará parte da equipa de trabalho deste programa, contou ainda ao “Setúbal na Rede” que, para aplicar as medidas previstas, “há que contar com a sociedade civil” porque os postos de trabalho terão de ser encontrados através da “boa vontade do tecido empresarial” da região, das autarquias e das instituições particulares de solidariedade social.

          Questionado sobre as contrapartidas para a criação e protecção destes novos postos de trabalho, Ricardo Martinez garantiu que o Estado, através do IEFP, oferecerá benefícios aos empregadores, nomeadamente apoios e incentivos fiscais.

          Para além disso assegura que a permanência e o comportamento dos toxicodependentes no posto de trabalho serão alvo de fiscalização e controlo por parte de uma equipa especializada, com o intuito de “garantir o bom andamento do processo”, quer para o indivíduos em questão quer para as empresas que os apoiaram na integração social.

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