[ Edição Nº 58 ] – Doacção polémica em Sesimbra.

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barra-5864795 Edição Nº 58,   08-Fev.99

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Doação polémica em Sesimbra
Junta acusa PCP de “campanhas sujas” contra a freguesia

           O presidente da Junta de Freguesia de Santiago, em Sesimbra, que recentemente recebeu da empresa Tecnogomes uma doação de três mil contos, acusa agora os comunistas do concelho de “aproveitarem uma doação particular para sujarem a imagem da freguesia e daí tirarem dividendos políticos”. É a reacção de Félix Rapaz ao rol de acusações feito pelo PCP de Sesimbra, na edição anterior do “Setúbal na Rede”.           A polémica doação da empresa de construção naval Tecnogomes, sediada na freguesia do Castelo, em Sesimbra, de 3 mil contos à Junta de Freguesia de Santiago, no mesmo concelho, está a causar algum mal estar entre comunistas e socialistas.

          É que enquanto o PCP reclama contra tal doação, por não ver razões lógicas para isso, e levanta suspeitas sobre as intenções da empresa ao doar a verba, os socialistas que lideram a Junta beneficiada com o dinheiro garantem que “não há nada de anormal, a não ser as campanhas sujas do PCP para denegrir a imagem da Junta e da freguesia”.

          Quem o diz é o presidente da freguesia de Santiago, Félix Rapaz, em declarações ao “Setúbal na Rede”, em resposta às acusações tecidas pelos comunistas, logo após a Assembleia de Freguesia onde a doação foi aprovada pela maioria PS.
          De acordo com o presidente socialista, “não há aqui qualquer intenção que não seja a de ajudar a freguesia”, já que, na sequência de diversos contactos junto do tecido empresarial local, “foi a única empresa que se mostrou disponível para nos ajudar com as verbas necessárias á reparação dos sanitários da escola primária da freguesia”.
          Ainda a propósito, Félix Rapaz garante que “o PCP devia era estar calado”, já que para o autarca de freguesia, “foi a anterior gestão comunista a grande culpada pela degradação dos edifícios da escola, hoje em avançado estado de decadência”.
          Questionado sobre as reais competências da Junta na área do equipamento escolar, Félix Rapaz admite tratar-se “ainda” de uma competência da Câmara Municipal por razões de burocracia porque “desde o final do ano passado que estamos para assinar o protocolo que nos atribui essas funções”.
          E segundo o autarca de freguesia, terá sido precisamente o atraso no processo que terá causado alguma confusão, visto que “contávamos assinar o protocolo no final do ano passado, altura em que estava prevista a chegada da primeira prestação da doação”. No entanto, como tudo se atrasou, o presidente da Junta achou que “as crianças não tinham nada que pagar por isso” e assim decidiu avançar com as verbas e as respectivas obras.

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