Edição Nº 59, 15-Fev.99
Com vista a um desenvolvimento sustentado
Península quer corrigir estratégia territorial
Os nove presidentes das câmaras da península de Setúbal reuniram no dia 10 de Fevereiro, em Setúbal, para analisarem o documento elaborado pela Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCRLVT) denominado por Estratégia Territorial para a Península de Setúbal. Da reunião saíram alterações a propor à CCRLVT, no sentido de dotar a península de um instrumento de desenvolvimento, com obras e infra-estruturas a implementar ao abrigo do próximo Quadro Comunitário de Apoio. O documento, que faz parte do Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (PNDES), a apresentar em Março pelo ministro João Cravinho, pode significar para a península de Setúbal um avanço no desenvolvimento integrado e numa evolução económica e social de forma a oferecer a Setúbal a equidade territorial que procura em relação a Lisboa.
Uma forma de ultrapassar assimetrias que, segundo o presidente da Associação de Municípios do Distrito de Setúbal (AMDS), Carlos de Sousa, tem de “apostar mais na área do social e na educação”, pelo que na reunião, os municípios da península propuseram a inclusão de medidas a esse nível.
E embora os pontos estratégicos apontados no documento, que vão do ambiente à habitação e às acessibilidades, sejam aceites por todos os intervenientes, Carlos de Sousa admite a existência de alguma contestação em relação a matérias mais locais, relacionadas com o desenvolvimento de cada município.
Questionado sobre as matérias que terão sofrido alteração ou contestação, por parte dos municípios da península, o presidente da AMDS garantiu ser “prematuro” avançar com dados, até porque as opiniões recolhidas na última reunião terão, ainda de ser compiladas e discutidas, para posterior entrega na CCRLVT.
Para além disso, as autarquias querem ainda ver esta matéria sujeita a uma discussão mais alargada, pelo que, para além da reunião realizada no dia seguinte com os membros do Fórum Regional de Setúbal, pretendem discutir o assunto com um vasto conjunto de parceiros do distrito.
Questionado sobre a influência da instalação, ou não, do aeroporto de Lisboa em Rio Frio, na elaboração deste plano estratégico ou de planos futuros para o desenvolvimento da península, Carlos de Sousa admitiu que “sem o aeroporto é uma coisa e com o aeroporto é outra completamente diferente”. Até porque, de acordo com o presidente da AMDS, “se o aeroporto vier, terão de se criar cenários alternativos e uma outra previsão de desenvolvimento regional, tendo em conta um quadro de desenvolvimento completamente diferente do actual”.