Edição Nº 62, 08-Mar.99
Contra “irregularidades” nos Voluntários de Sul e Sueste
Bombeiros querem a intervenção do Governador Civil
A direcção do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais reuniu com o Governador Civil de Setúbal, Alberto Antunes, no dia 5 de Março, para dar a conhecer ao representante do Governo um conjunto de alegadas irregularidades que dizem ser praticadas pelo comandante da corporação. De Alberto Antunes receberam a promessa de que o caso será ‘tirado a limpo’.
O mal estar que envolve os bombeiros profissionais que prestam serviço nos Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste, no Barreiro, tem vindo a aumentar desde 1997, por causa de um conjunto de medidas “vergonhosas” tomadas pelo comandante da corporação, Aníbal Reis Luís.
A afirmação é de Fernando Curto, dirigente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais e da delegação de Setúbal da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, que no dia 5 reuniu com o Governador Civil de Setúbal.
De acordo com as declarações deste responsável ao “Setúbal na Rede”, foram dadas a conhecer a Alberto Antunes as “irregularidades praticadas pelo comandante” que desde 1997 “decidiu pagar aos bombeiros profissionais apenas 4 contos por dia” quando a verba enviada pelo Serviço Nacional de Bombeiros para esses pagamentos “é de 6 contos por cada profissional”.
Uma medida que, segundo Fernando Curto, “até foi assumida pelo comandante” mas onde este responsável não pode mexer “nem apoderar-se do dinheiro porque se trata de pagamentos que ultrapassam a corporação”.
Mas as alegadas irregularidades parecem não ficar por aqui, já que de acordo com o dirigente sindical, “o comandante decidiu ainda retirar os subsídios às operadoras de rádio e aos motoristas”. Uma decisão que tem “contornos de perseguição” garante Fernando Curto, já que “isso começou a ser feito quando as pessoas começaram a sindicalizar-se”.
E segundo este responsável, “o descaramento vai tão longe” que o comandante “decidiu recentemente mandar apenas o motorista de cada ambulância para os serviços externos, em vez dos habituais três bombeiros para auxiliar os doentes”. Uma situação que considera “vergonhosa” para a classe, já que “sobrecarrega o motorista de trabalho” e perigosa para a população “porque um só profissional não tem hipóteses de ajudar convenientemente os doentes”. Por este conjunto de queixas, o sindicato quer a intervenção da Câmara Municipal do Barreiro, que tutela a corporação, pelo que vai solicitar uma reunião urgente com o presidente da autarquia, Pedro Canário. Do Governador Civil de Setúbal, chegou a promessa de reunir com o comandante da corporação para saber os contornos do problema e as garantia de que o caso tem de ser resolvido rapidamente.