Edição Nº 63, 15-Mar.99
Jornadas de Reflexão sobre Educação
Alcácer do Sal discutiu indisciplina nas escolas
A iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal, levou ao auditório da Santa Casa da Misericórdia dezenas de professores, educadores, psicólogos e autarcas ligados à educação, com o intuito de discutirem as questões relacionadas com a indisciplina. A discussão efectuada no dia 12 de Março, realçou o papel dos professores, dos auxiliares de educação e dos pais, no combate aos fenómenos que originam a indisciplina.
Apesar deste ser um “fenómeno inevitável” porque “onde há vida há conflito”, é cada vez mais necessário estudar as suas origens no sentido de encontrar soluções tendentes à minimização dos seus impactos junto dos estudantes e da própria escola. Mas o mais importante é saber “o que é a indisciplina” e o papel que os professores, funcionários e encarregados de educação podem ter no combate a este problema.
A afirmação é de Manuela Mesuras, responsável pelo gabinete de Educação e Cultura da Câmara Municipal de Alcácer e uma das promotoras deste encontro, integrado nas V Jornadas de Reflexão sobre Educação.
Por isso, a técnica está satisfeita com o resultado do encontro que, segundo adiantou ao “Setúbal na Rede”, serviu para “reflectir sobre a realidade, confrontar experiências” e encontrar pistas para a resolução dos problemas que “dia a dia enfrentam alunos e professores de todos os graus de ensino”.
A intervenção do psicólogo social Daniel Sampaio agradou especialmente aos docentes, adiantou a técnica da autarquia, por ter servido de “espelho a todos os que se reviram nas imagens transmitidas pelo especialista”, especialmente ao nível da actuação negativa de alguns professores e pais face ao fenómeno da indisciplina.
Daí, a especialista ter ficado satisfeita com as “trocas de experiência e as imensas pistas apontadas durante os trabalhos”, que vão levar os pais, os professores e os auxiliares de educação a “reflectirem sobre os métodos de trabalho e as acções a desenvolver” ao nível da resolução dos conflitos que diariamente surgem entre alunos e professores.
Um fenómeno que Manuela Mesuras recusa ser exclusivo das sociedades urbanas porque considera esta uma expressão correspondente à idade dos alunos, “seja numa escola de um meio rural” ou num estabelecimento de ensino de uma cidade. Já quanto às motivações, admite que possam ser diferentes, “até porque decorrem da experiência de cada aluno”, adianta.