[ Edição Nº 63 ] – Direitos da mulher discutidos no Seixal.

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barra-5570750 Edição Nº 63,   15-Mar.99

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Para incitar à luta pela igualdade de oportunidades
Câmara do Seixal discutiu direitos da mulher

           No Dia Internacional da Mulher, assinalado a 8 de Março, a Câmara Municipal do Seixal resolveu promover uma conferência, seguida de debate, sobre a mulher e os seus direitos através da História. A iniciativa, elaborada em conjunto com a Universidade Aberta, foi a primeira das acções conjuntas que o município pretende implementar no futuro, tendo em vista a instalação daquele estabelecimento de ensino superior no concelho.           A mulher ao longo da História, os direitos que foi adquirindo e as posições que tomou em conjunturas e épocas diferentes, foi o tema da conferência que reuniu, no Fórum Cultural do Seixal, dezenas de catedráticos da Universidade Aberta, autarcas, especialistas em matéria de Direitos Humanos e associações cívicas de defesa da mulher.

          A iniciativa da Câmara, em resposta a uma ideia da Universidade Aberta, pretendeu “dar a conhecer alguns aspectos desconhecidos da luta das mulheres pelos seus direitos e o seu desenvolvimento ao longo da História”. Quem o diz é a vereadora do pelouro da Cultura na autarquia seixalense, Corália Loureiro, que presidiu aos trabalhos que se prolongaram por todo o dia.

          É que segundo esta responsável contou ao “Setúbal na Rede”, se continuam a fazer sentido as tradicionais comemorações do Dia da Mulher, compostas por actividades culturais e lúdicas, “muito mais sentido faz discutir o assunto numa época em que a maior parte dos seus direitos continuam a ser negados”.
          Segundo a vereadora, embora no último século as mulheres tenham conseguido conquistar o seu lugar na sociedade, “a sociedade continua a impedi-las de exercerem em pleno a cidadania”. Um problema que Corália Loureiro quer que seja ultrapassado a bem de todos os cidadãos e no “estreito cumprimento” da Constituição da República e da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
          Por isso é preciso alertar o Governo, os empregadores e a sociedade em geral, que no entender de Corália Loureiro, continua “demasiado virada para o homem”, impedindo assim a aplicação do princípio da igualdade de oportunidades.
          A conferência sobre a problemática da mulher, organizada em colaboração com a Universidade Aberta, significa para a autarquia a primeira de muitas parcerias com aquele estabelecimento de ensino superior que, ao que tudo indica, irá ficar sediado nas antigas instalações da Mundet. De acordo com a vereadora da Cultura, o pedido já foi feito junto do ministro da Educação, e “tudo leva a crer que teremos uma resposta positiva ainda este semestre”.

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