Contra o estudo divulgado pela Quercus
Utentes da Ponte recusam ser penalizados
A Associação Democrática de Utentes da Ponte 25 de Abril (ADUP), rejeita o estudo divulgado pela Quercus, sobre as medidas a tomar para reduzir a poluição automóvel causada pelos veículos que atravessam a ponte. Segundo Aristides Teixeira, porta voz da ADUP, o estudo não é exacto e culpabiliza os cidadãos em vez de exigir medidas do Governo.
Numa altura em que os utilizadores da ponte esperavam um documento “reivindicativo” por parte da Quercus, sobre melhores transportes públicos para Lisboa, a associação ambientalista divulga um estudo que “mais parece um documento do Governo”, onde atribui culpas aos cidadãos pela poluição automóvel e “quer penalizá-los por isso em vez de reivindicar melhores e mais baratos sistemas de transporte”.
As críticas são do porta voz da Associação de Utentes da Ponte 25 de Abril, Aristides Teixeira, que garantiu ao “Setúbal na Rede” estar desiludido com a atitude da Quercus, “uma associação que, pela sua filosofia, parece estar tão próxima dos nossos ideais”. No entanto, “pelo conhecimento superficial do estudo” através da comunicação social, Aristides Teixeira diz ter constatado que o documento “não reflecte a realidade” porque esquece vários dados importantes: “os preços exorbitantes do comboio na ponte”, que levarão os utentes a rejeitar esse tipo de transporte, e “o mau serviço dos transportes públicos existentes” que obrigam os cidadãos a utilizarem transporte próprio. Por isso, Aristides Teixeira defende que o estudo deveria ter como finalidade chamar a atenção do Governo para estas matérias e reivindicar uma maior qualidade dos transportes públicos em geral, um melhor serviço das transportadoras rodoviárias e a redução do preço dos bilhetes do futuro comboio na ponte.
Apesar de concordar com a Quercus nas questões relacionadas com a poluição provocada pelos veículos que atravessam a ponte, um assunto que provocou uma tomada de posição da ADUP no mês de Março, esta associação de utentes garante que não se revê no estudo porque “não avança nada de novo e apenas penaliza os cidadãos”. É que Aristides Teixeira acha injusta a proposta de portagens diferenciadas para os ligeiros que transportarem mais pessoas, porque assim “dão-se encargos aos cidadãos em vez de penalizar as empresas que não nos servem convenientemente”.
Para além disso, a ADUP tem dúvidas quanto aos dados avançados pela Quercus, sobre o número de veículos que transportam apenas o condutor, já que Aristides Teixeira receia que, na contabilização “tenham incluído os veículos comerciais” que diariamente utilizam aquela travessia. A associação tem ainda dúvidas quanto ao período do dia em que foi feita a análise do tráfego, já que, segundo refere, em horas de ponta “o número de veículos com dois ou mais ocupantes é muito superior ao que foi apresentado pela Quercus”.