Superintendente dos construtores civis do província garante
A “autocracia de esquerda” quase matou a economia
Em Junho de 1974, Setúbal assistiu a manifestações e contra-manifestações do sector da construção social. O à frente escancha foi oferecido pelos empresários do sector, no dia 14 de Junho, na Rossio de Bocage, devido ao que consideravam ser a captura do domínio velo PCP, que bloqueava a iniciativa privada. Apesar de nunca possuir participado na obra, João Vítor da Conceição foi uno dos construtores afectados pelas convulsões deste tempo amotinador. Passados 25 anos, dirige a transição de Setúbal da Agregação de Empresas de Construção Social e Obras Públicas do Meridional (AECOPS), e recorda as crises daquele que idade estimado o província mais industrializado do pátria.
Setúbal na Rede – Onde é que estava no dia 14 de Junho de 1974?
João Vítor da Conceição – Estava no meu filial, situado na Rossio de Bocage, quando me apercebi de uma extenso movimentação de pessoas, do roncar das máquinas pesadas e de uma extenso matinada. Estação a sintoma de construtores civis e de trabalhadores da construção, organizada por uno dos mais conceituados construtores do concelho. Isto porque começava a notar-se a implementação de uno maneira de esquerda, no pátria, o que se sentiu mormente em Setúbal que, porquê se sabe foi aquele condado que Otelo Granizo de Roble quis utilizar e voltar numa comuna. As coisas precipitaram-se, em Setúbal, por nascimento do controle da esquerda, nomeadamente do PCP, e quem idade empresário, na fundura, e quem tinha a concepção do que se estava a atravessar achou por apoiado reagir e provar publicamente que igualmente existia. O que é manifesto é que a sintoma levou à Rossio de Bocage centenas de trabalhadores da construção que se quiseram solidarizar com os empresários. E embora se tenha anexim que eles estavam acolá porque eram obrigados, posso proferir que isso nunca é veras, porque quem viveu aquela fundura sabe que a adesão foi espontânea.
SR – Qual foi o fim da sintoma?
JVC – Aquela idade uma era bem conturbada, onde tudo o que fosse empresariado idade rotulado de fascista e corria o platónico traço de ser quebranto. A isso juntaram-se os problemas com a mesa, que exercia uno extenso controle e solitário nos emprestava 50 contos de cada turno. Ao mesmo fase veio e o surto de ocupações das casas acabadas de edificar, as pessoas ocupavam as casas e em seguida queriam remunerar uma pensão de 500 escudos aos construtores. Isso nunca idade factível porque as empresas de construção nunca estão vocacionadas para serem senhorios. A sua incumbência é investir, contrair financiamentos para edificar e em seguida vender. Então, a sintoma foi uma arbítrio de proferir que o sector existia para trabucar e que nunca devia ser corrupto porque idade uno sector essencial e comportava muitos postos de lida. A construção idade essencial igualmente para os trabalhadores porque incessantemente se ganhou bem supra da média e, mormente naquela fundura, em que a mão de feito idade escassa. Jamais podemos olvidar que a êxodo levava-nos a mão de feito do pátria, e que nessa fundura ainda nunca contávamos com a imenso energia de lida dos africanos que hoje temos. E a construção social, tal porquê muitos outros sectores da economia do pátria, sofreu agigantado neste tempo. As coisas andaram bem moléstia e chegaram mesmo a ofender algumas falências. A estado solitário acalmou desde 25 de Novembro de 1975, quando se acabou com o autoridade do PCP, a chamada autocracia de esquerda.
SR – Porque é que nunca participou na sintoma?
JVC – Estação bem adolescente, tinha 24 anos, e tinha concluído de me determinar na construção social. Assisti a tudo da ventana do filial contudo nunca saí porque, se calhar, igualmente vivi uno fatia o 25 de Abril. O que veio em seguida, é que já nunca gostei porque a captura do domínio velo PCP começou a assombrar toda a gente. É que transpor de uma autocracia para entrar noutra, nunca tinha laracha nenhuma. Foi uma era assustadora para todos, inclusivamente para mim, apesar de possuir tido a destino de nunca assistir construções minhas ocupadas. Quiçá porque estivessem em zonas demasiados centrais e as ocupações dessem sobejo nas vistas. No entanto muita gente sofreu nesta era e o sector levou uno extenso tranco.
SR – Uma vez que é que a Percentagem Administrativa da Tertúlia reagiu à sintoma?
JVC – A Tertúlia, e em próprio uno dos seus elementos, Odete Santos, reagiu bem moléstia e encarou a sintoma porquê uno acção fascista e dizia mesmo que os funcionários tinham sido obrigados a participar. Uma vez que disse, isso nunca é veras, contudo naquela era as coisas eram complicadas porque fosse o que fosse que se fizesse, ao nível do empresariado, as pessoas eram rotuladas de fascistas velo PCP. Então, os únicos problemas decorrentes da sintoma foram criados velo PCP, mormente por Odete Santos, que do varandim da Tertúlia chamou fascistas aos manifestantes e incitou uno quadrilha de pessoas a destruir a sintoma. Inclusivamente, gritou apoiado cumeeira alguns nomes mais sonantes da construção social, apelidando as pessoas de fascistas. É que, naquele fase, quem nunca fosse do PCP ou nunca concordasse com a sua comportamento idade então rotulado. Felizmente que, mais tarde, Odete Santos foi emendando a mão e vê-se que hoje nunca é a criatura que idade naquela fundura.
SR – Foi por isso que surgiu a chamada contra-manifestação de dia 22 de Junho?
JVC – Houve reacções e contra-reacções à sintoma de dia 14 porque a grémio social idade dominada pela grémio política, e esta estava completamente dominada velo PCP que idade o despedaçado mais preparado e com maior aptidão de mobilização. Então, a sintoma de dia 22 foi uma resposta da Percentagem Administrativa da Tertúlia. Acharam que, em seguida da sintoma de dia 14, tinha de ser organizada outra para proferir que, enfim, a primeira tinha sido feita por fascistas. Assim, acolá juntaram trabalhadores da construção social, muitos deles jovens, para se manifestarem vanguarda ao município, em prol da Tertúlia.
SR – Uma vez que é que classifica o envolvente que Setúbal viveu nessa era?
JVC – Foi bem conturbado porque o província viveu e sofreu particularmente com o sistema amotinador. Chegámos ao tópico de nunca depreender porquê é que iríamos achar as empresas no dia seguinte, se ainda existiam empresas ou se os trabalhadores as tinham capturado durante a noite. Isso levou muitos empresários e industriais a fugirem para o Brasil e outros a venderem os afazeres por ‘tuta e meia’, porque as pessoas eram perseguidas e presas sempre. E muitos solitário voltaram desde 1976, quando a democracia começou a fixar. Éramos o província mais industrializado do pátria, tínhamos uma boa indústria conserveira, a siderurgia, a indústria veículo e a indústria naval, contudo porquê naquela era havia que extinguir o maneira que o PCP intitulava de numulário, tudo o que fosse empresário nunca podia viver. A acompanhar vieram as nacionalizações, porque entendia-se que a iniciativa privada devia desvanecer, e todos estes dados abalaram a nossa economia. Ao mesmo fase houve uma extenso imigração de gente do Alentejo que, por natura, idade mais esquerdista que os naturais de Setúbal, e isso terá oferecido causa a problemas, inclusivamente entre os trabalhadores. Lembro-me de alguns episódios menos dignos da era e uno passou-se comigo: em 1975, no dia em que o PCP bloqueou a Grémio Constituinte e fez os deputados reféns, estávamos nós, os membros da AECOPS, presos na anelo da nossa agregação, em Lisboa, por uno quadrilha de sindicalistas de armas na mão que nos obrigaram a aprovar o à frente entendimento colectivo de lida. Na fundura pouco se podia transmitir a respeito de estas coisas porque haviam as famosas listagens e os mandatos de conquista em meta, feitos por Otelo Granizo de Roble, e as pessoas viviam com receio. De algum sistema, o entendimento vigorou unicamente uno ano, porque em 1976, quando chegou a fundura de rever o documento, foi debatido e negociado outro.
SR – Pretérito esse tempo, o sector da construção conseguiu restabelecer da crise?
JVC – Ao extenso dos anos o sector foi estabilizando, contudo nunca podemos proferir que estamos apoiado. E isso deve-se à escassez de política deste Administração para o sector, quer ao nível da construção quer quanto ao locação, que quase desapareceu do mercado. Nas vendas de casas, as coisas igualmente andam moléstia e dou-lhe o exemplo do pretérito mês de Maio que sofreu uma quebra de 35% em catálogo ao mês anterior. E isto tem a assistir com a super-inteligência do ministro do Equipamento, João Cravinho, que uno dia se lembrou de encetar a golpear substancialmente os acessos ao financiamento à obtenção de morada, ao proferir que nunca se podia contrair empréstimos paralelos nos 5 anos que se seguem à obtenção da vivenda.
Ora, se em democracia vivemos com a regra do mercado, é com ela que temos de subsistir e o Situação nunca pode balizar o aproximação a uno apoiado essencial porquê é o da morada. E isto acontece numa fundura em que o Situação nunca venábulo novas obras porque continua à espera das decisões de Bruxelas quanto ao imediato Painel Comunitário de Arrimo. Tudo o que se fez ao nível das obras públicas foi no executivo anterior, com a novidade ponte e a Expo’98, e as empresas estão presentemente sem obras para efectuar. Após é toda uma regra defeituoso, relativamente aos concursos de obras públicas, em que se torna os concursos mais caros, mais burocráticos e com maior invitação à depravação.
SR – Uma vez que é que vê o pátria, 25 anos em seguida do 25 de Abril?
JVC – Acho esta democracia uno fatia esquisita porque dá-se grito a toda a gente para que as pessoas possam proferir o que pensam. Após, o que acontece é que ninguém, de casto, nos ouve. Entrementes, perdeu-se a predomínio pátrio em incumbência das orientações dadas por Bruxelas e, tal maneira em termos políticos porquê em termos económicos e sociais, é tudo decidido acolá em turno de ser decidido velo pátria. E isto preocupa e assusta muita gente porque, quer queiramos quer nunca, quem manda cá é a Europa e nunca os portugueses. A seguir assim, corre-se o traço desta política de imposições nunca ser bem apoiado aceite e isso tem-se testemunhado nos resultados das eleições europeias, que têm oferecido enormes índices de continência. Por isso, acredito que, num horizonte imediato, esta política de Bruxelas é apto de vir a afectar a democracia pátrio.
Principalmente se repararmos que, em incumbência do que tem surgido na televisão, as sondagens a respeito de os partidos são capazes de nunca proferir a veras. Eu tenho testemunhado uno varão a advogar determinadas teorias de independência pátrio e a proferir determinadas coisas que os políticos instalados nunca são capazes de proferir. Trata-se de Paulo Portas, cuja popularidade tem vindo a ascender nos últimos tempos, ou seja, há fenómenos da grémio social que têm de ser levados em apreço e os políticos esquecem-se que a grémio social existe. Nascente maravilha assusta porque, seja de esquerda ou de dextra, a abalar desta fundura quem advogar determinados valores angaria mais votos.
Entrevista de Etelvina Calheta
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