Primeira greve dos pescadores de Sesimbra
Centenas de homens conquistaram mais regalias
Em Junho de 1974 os pescadores do anzol da vila de Sesimbra resolveram abaixar o braços em resguardo de melhores salários. Paralisaram durante tapume de uma semana e acabaram por ‘flectir’ os armadores e arrecadar ascendentes ‘quinhões’ resultantes do usura da pesca. Na liderança do maneira, que culminou na edificação da primeira cooperativa da vila, esteve Manuel Xavier, que recorda os bons e os maus momentos do erecção dos pescadores de Sesimbra.
Setúbal na Rede – Onde é que estava no dia 21 de Junho de 1974?
Manuel Xavier – Tal porquê todos os pescadores da pesca artesanal do anzol de Sesimbra, estava em greve por melhor paga, naquela que foi a primeira suspensão dos pescadores pós 25 de Abril. Éramos centenas e decidimos estagnar para pressionar os armadores a distribuírem mais ‘quinhões’ ou ‘partes’ pelos pescadores, ou seja, uma melhor distribuição do quantia proveito de cada turno que íamos ao mar. Na fundura ganhávamos bem pouco e, por isso, posteriormente de várias reuniões na Tertúlia Municipal em que fui encarregue de reger o maneira, decidimos efectuar singular caderno reivindicativo e beber esta disposição de pujança.
SR – As vossas reivindicações foram aceites?
MX – Asseverativo, e conseguimos isso com alguma destreza porque as negociações jamais duraram mais do que uma semana. As coisas resolveram-se posteriormente de uma última associação com os armadores e representantes da Grémio de Salvamento Vernáculo. É que os armadores chegaram à retoque que ganhavam mais se aceitassem as reivindicações do que se mantivessem as posições e a greve se prolongasse por bem período. Para lá disso, o que pedíamos jamais época zero comparado com o que ganhavam e o autoridade parcimonioso que tinham.
SR – A greve decorreu sem incidentes?
MX – Praticamente foi baixarmos os braços e jamais irmos ao mar. Jamais me recordo em que dia terminou a suspensão contudo sei que foram poucos dias de greve e que os patrões aceitaram todas as reivindicações. Intuito que, posteriormente as coisas foram evoluindo e pouco período posteriormente já o convenção estava desactualizado. Contudo nessa fundura eu já jamais estava a operar porque me reformei cedo devido a morbo. No entanto, as coisas constantemente eram melhores do que antes do 25 de Abril porque, nessa fundura vivia-se com muitas dificuldades. Ou seja, ganhávamos mais que os empregados em terreno contudo trabalhávamos muitas horas a mais e em risco estável porque, porquê se sabe, a oficio de pescador foi e continua a ser perigosa.
SR – Posteriormente da greve, terminou a movimentação dos pescadores de Sesimbra?
MX – Jamais, porque, graças à liberdade garantida velo 25 de Abril tínhamos muita banda de tirocínio para haver ideias e combater por elas. Assim, decidimos encetar a operar na edificação da primeira cooperativa de pescadores de Sesimbra. Ainda hoje existe e chama-se “Cooperativa de Pescadores Puro ao Lavor”. Fui singular dos fundadores da cooperativa e a sua geração teve por intuito adicionar os pescadores, adquirir singular embarcação, e todos trabalharmos para todos sem ter patrões. A cooperativa foi oficialmente fundada em 1976, com a adminículo de singular organização governamental, o Quadrilha de Amparo à Geração de Cooperativas, e começámos a ir ao mar em 1977, posteriormente de termos comprado o avante embarcação em Aveiro, que naquela idade custou 14.700 contos. Passámos algumas dificuldades porque fomos brigar com os armadores que já tinham barcos e quantia para manter o contrato. No entanto, conseguimos persistir e a cooperativa empregou todos os pescadores que eram sócios. Isolado tripulantes do embarcação eram mais de 40.
SR – Uma vez que é que Sesimbra viveu os primeiros meses depois o 25 de Abril?
MX – Jamais quero manifestar moléstia, contudo tenho de expedir da veras. É que, cá, as pessoas eram quase todas comunistas, lutavam pelos ideais e tinham consciência das coisas, presentemente se formos observar, muitas delas mudaram de camisola porque há bem quem se objectivo nisto por oportunismo. No meu facto, antes do 25 de Abril tinha singular chefe espantoso e, nesse ar jamais tinha pobreza de efectuar o que fiz. Contudo porquê tinha singular ideal basta, achei que devia cooperar com os outros pescadores e entrei de coração no maneira que culminou na edificação da cooperativa. Contudo tal porquê aconteceu noutros concelhos do província, cá igualmente se deram acontecimentos terríveis que deixaram marcas nas pessoas. Singular deles foi a ocupações desabrido de casas. Em arrolamento a violências, jamais se verificou zero disso, as pessoas viviam uma estável euforia contudo sem grandes problemas.
SR – Está desapontado com os resultados da sua participação neste maneira?
MX – Jamais, embora tenham existido problemas velo meato contudo são coisas consideradas normais durante uma peleja deste indivíduo. Contudo jamais me esqueço que levei muitos pontapés quando estava na cooperativa porque fui das pessoas que mais me empenhei lá incorporado. No entanto, as coisas passaram e eu acabei por trespassar da cooperativa porque a saúde já jamais me deixou operar mais. Contudo tenho episódios inesquecíveis daquela idade, porquê quando, através do PCP, consegui atravessar três meses e meato na logo Ligação Soviética. O insolente foi a configuração porquê consegui o passaporte, foi uns tempos antes do 25 de Abril e nessa idade solitário tinha platónico a passaporte quem fosse afiançado ou tivesse haveres. Intuito que singular pescador porquê eu, embora solteiro e com qualquer quantia reservado, jamais conseguiria singular passaporte naqueles tempos.
Contudo tive rumo porque, por haver socorrido a apanhar quantia para restaurar a entalhe dourada do altar da abadia madre, o pároco dispôs-se a ajudar-me no que fosse perfeito. Logo jamais perdi período e pedi-lhe adminículo para alcançar singular passaporte. Uma vez que o pároco conhecia toda a gente cá, pediu esse mercê a singular dos responsáveis velo Cartório Notarial. Dias posteriormente esse varão veio haver comigo, disse que me dava o passaporte e que até punha no documento que eu época patrão de traineira. Então, quando tive ensejo de ir à junção Soviética já aqui tinha o passaporte e o remanescente do maneira foi fácil.
SR – 25 anos posteriormente do 25 de Abril, porquê é que vê o região?
MX – Costumo manifestar que a democracia igualmente é a preceito do mais duro. Sem guarda-sol de incerteza que isso acontece, embora talvez jamais existam as atrocidades verificadas nas ditaduras. No entanto, continua a ser a preceito do mais duro porque continuo a observar muitos que se dizem isto e aquilo, a estarem nas iniciativas para lucro especial. As coisas jamais são, de acontecimento, o que esperava para o região quando vejo o situação da lavra, quase desmantelada, e o das pescas que não esteve em tal grau grave porquê hoje em dia, num situação tal que até os armadores têm dificuldades em progredir a operar.
Entrevista de Etelvina Angra
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