[ Edição Nº 80 ] – Revelação em Setúbal de trabalhadores da incumbência pública.

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Setúbal na Rede – Onde é que estava no dia 9 de Julho de 1974?

Cristina Penha Neto

– Estava numa revelação de trabalhadores da incumbência pública, por mais direitos e melhores salários. Éramos milhares de pessoas e enchemos a Rossio de Bocage. A essa revelação juntaram-se muitas pessoas das mais variadas profissões porque, na profundidade, a solidariedade movia toda a gente. Jamais me lembro quem promoveu aquela revelação, possivelmente a Percentagem de Trabalhadores e os sindicatos.

Eu trabalhava na Firmeza Civil, que na profundidade nunca pertencia à incumbência pública, e ainda nunca estava familiarizada com as questões do sector. Após disso, entrei no arrumação de recontro e participei em todas as reuniões e na recontro das comissões de trabalhadores.

SR – A revelação decorreu sem problemas?

CRN

– Asseverativo, e toda a gente compreendeu a nossa recontro. Inclusivamente obtivemos a solidariedade da Percentagem Administrativa da Parlamento Municipal e, particularmente, de Odete Santos, que na profundidade integrava essa percentagem e estava incessantemente atenta aos problemas e às exigências da população. Mesmo entre as diferentes classes, verificava-se menos clivagens, por exemplo entre médicos e enfermeiros, entre professores e funcionários. Aquela quadra uma quadra de solidariedade que todos recordamos com bem apreço e onde se deu singular cambalhota bem vasto. Lembro-me que, antes do 25 de Abril, as auxiliares de feito educativa iam executar as compras às professoras. Esse significação de compreender que o obreiro nunca trabalhava para a professora porém afirmativo para o Situação foi proveito com a recontro da incumbência pública.

SR – Os trabalhadores conseguiram de convizinho, bastar as suas reivindicações?

CRN – Jamais, ainda levámos uns anos. No entanto, a mobilização daquele dia foi indispensável para podermos unir-nos, organizar-nos em comissões de trabalhadores e trabalharmos em bloco para conseguirmos alcançar os nossos direitos. Esses direitos, que incluíam a integração de todos os trabalhadores do Situação na incumbência pública, foram conseguidos ao comprido dos anos. Quanto aos salários, as melhorias ocorreram bem mais cedo, lembro-me que em 1973 eu ganhava 1500 escudos por mês, e que entre 1974 e 1976 mais que tripliquei o ordenado. Em 1976 conseguimos o à frente combinação colectivo de lavor, ou seja, todos vemos aquela quadra com bem apreço porque foi naquele fase que os trabalhadores da incumbência pública conseguiram aquilo que de melhor tiveram. Foi singular abanico de regalias, a começar de os salários à elaboração das comissões de trabalhadores, passando pela elaboração do sindicato do sector. Porquê nunca existia singular sindicato peculiar, os trabalhadores decidiram filiar-se no Sindicato dos Escritórios até à elaboração do recente Sindicato da Missão Pública, em 1976.

SR – Em qualquer instante, a recontro da incumbência pública descambou em repelo?

CRN – Repelo física nunca, porém incessantemente houve muita repelo oral, resultante do confronto de ideias. A elanguescer daquela data começámos a motivar grandes reuniões no Junta Naval, com toda a gente ligada aos sectores da saúde e do instrução, casal definir o que é queríamos e que direitos iríamos protestar à frente, adjunto das respectivas administrações. Foram reuniões constantes, com imensa polémica dos problemas e já se notava nos trabalhadores alguma mobilização partidária. A casal disso surgiu alguma turbulência devido a opiniões diferentes, porém isso quadra mais que habitual porque estavam acolá muitos interesses em jogo. Tratava-se de uma recontro ordenado em resguardo dos diversos pontos de aspecto em resguardo de cada estrato, através das respectivas comissões de trabalhadores. Foram momentos importantes na resguardo dos trabalhadores, embora estas comissões solitário tenham obtido labutar com maior compasso quando o Gestão socialista de Lurdes Pintasilgo decidiu regulamentar o seu funcionamento. Porém essa determinação, aplicada à incumbência pública quadra somente respeitante à eleição da percentagem. E isso significou a primeira ‘machadada’ porque, de alguma sistema, confinou a recontro dos trabalhadores à recontro sindical.

SR – A inconsonância de ideias estaria relacionada com lutas partidárias?

CRN – Lembro-me de que, na Firmeza Civil, estavam bem apoiado organizados o PCP e a UDP, embora estivessem além pessoas filiadas noutros partidos. No entanto, nunca me parece que as influências partidárias tenham sido negativas. No meu ocorrência, quanto tudo isto começou nunca tinha adopção partidária e filiei-me no PCP em 1976 porque me sentia apoiado influenciada no que lora às questões sociais. Às vezes, há a teoria de que, lã evento de uma indivíduo estar filiada num despedaçado nunca consegue advogar aquilo em que acredita. No entanto, acho que é ao inverso porque, defendendo aquilo em que acredito e em que muitas outras pessoas acreditam, faço-o com bem mais liberdade porque essa liberdade me é dada pela arbítrio dos trabalhadores que represento. Então, nunca tenho zero a teoria de que a adopção partidária ou seja em que arcaboiço for, possa abalizar as acções das pessoas. Lã inverso, isso enriquece-nos.

SR – Na sequência dessa recontro, foram regularizadas as situações dos trabalhadores do Situação que nunca pertenciam à incumbência pública?

CRN – Nem todas. Avante porque, por exemplo, no Meio Regional de Firmeza Civil havia singular quadrilha minoritário que lutava contra isso, o que entravou o arrumação, e em seguida porque, a começar de 1982, em seguida de resolvida essa quesito, os trabalhadores deviam seleccionar e alguns deixaram impelir os respectivos casos. O que quer manifestar que, ainda hoje há casos de integração por decidir. No entanto, as lutas anteriores e posteriores ao 9 de Julho, deram-nos a aptidão de aprender a protestar e a labutar no colectivo, porquê, no ocorrência da incumbência pública a recontro quadra de contextura pátrio. Por isso, ao comprido daqueles anos, estivemos incessantemente em contacto com os trabalhadores de todo o região, através dos sindicatos e das comissões de trabalhadores.

SR – Porquê é que Setúbal viveu aquele temporada agitador?

CRN – Com muita susto. Acho que aquele foi singular dos períodos mais ricos da nossa Conto e parece-me árduo inconveniência impossível, falar tudo o que sentíamos. Jamais lhe posso manifestar que tive ensaio política anterior ao 25 de Abril, porém já posso manifestar que tinha bem arreigada em mim, de uma sistema seguramente anarca, a noção clara de liberdade. E a acaso de a trenar em prol dos trabalhadores veio com o 25 de Abril. E foi singular temporada generoso, com muita entre demão, muita solidariedade e vasto polémica à rotação dos problemas da população. Lã via surgiam discussões e o colisão de ideias porém nunca tenho teoria de que isso tivesse causado repelo ou excessos.

SR – Vistos os acontecimentos a 25 anos de intervalo, acha que valeram a castigo?

CRN – Sem algum incerteza e se tivesse que o executar novamente, fazia-o sem algum suplente. É que, se nunca tivéssemos lutado, hoje nunca teríamos os direitos que temos e, apesar dos problemas com que nos confrontamos agora, jamais chegaríamos a esta tempo se nunca tivesse existido a mobilização antes e em seguida do 25 de Abril.

No entanto, as coisas actualmente nunca andam apoiado, porquê, tal maneira o administração PSD porquê o Gestão PS fizeram com que se verificassem retrocessos no sector. Foram questões porquê a precarização do lavor e as listas dos trabalhadores dispensáveis. Após de longas negociações conseguimos decidir os problemas de muitos trabalhadores em estado precária, no entanto as coisas voltaram a singular condição estacionário porque o Gestão resolveu nunca obedecer o que prometeu em 1996, que quadra nunca conceber mais condições de precariedade na incumbência pública. O método tem sofrido grandes atentados, nomeadamente no que lora aos direitos dos trabalhadores e às sucessivas privatizações, que acabam por afectar as pessoas e pôr muitas no desemprego. E devo lembrar que esta é uma objecto impressionável e necessário porque, quando falamos do sector da incumbência pública, referimo-nos a mais de 600 milénio trabalhadores.