Setúbal na Rede – Onde é que estava no dia 22 de Julho de 1974?
Mário Camisinha
– Estava com singular quadrilha de vizinhos e amigos do bairro da Azeda de Insignificante, onde moro há mais de 30 anos, e nesse dia decidimos amestrar a Percentagem de Moradores, uma das primeiras do concelho de Setúbal. Esta julgamento surgiu após de vários encontros e discussões a cerca de os problemas do bairro que, para serem resolvidos tinham de relatar com singular quadrilha preparado de representantes dos moradores. Assim, nesse dia formámos a Percentagem com cinco ou seis moradores e o demasia do particular foi aparecendo à padrão que íamos passando a termo. No final do mesmo ano, legalizámos a Percentagem, fizemos os estatutos e elegemos uma orientação.
SR – Essa foi a culpa essencial da composição da Percentagem?
MC
– Houve razões ainda mais fortes, porquê o caso de, naquele temporada toda a gente apetecer organizar-se para participar na bibiografia da irmandade. Época uma idade de largo solidariedade e de largo movimentação, por isso achámos que igualmente devíamos fazê-lo e, de atalho, resolvermos os problemas do bairro. Para ali disso, tínhamos alguns receios quanto às consequências das ocupações de casas que estavam a fazer-se em toda a cidade porque receávamos que isso acontecesse igualmente na Azeda. Houve tentativas, porém a destino foi que estávamos organizados e jamais permitimos que isso acontecesse.
SR – Uma vez que é que se verificou essa experiência de trabalho?
MC – Poucos dias após da composição da Percentagem, apareceu cá singular quadrilha de particular do bairro de São Gabriel, que fica ao renque da Azeda, para invadir singular edifício que tinha algumas casas vagas. Nós jamais deixámos que isso acontecesse, discutimos o tópico com o particular que aqui veio para as ocupações e as coisas correram apoiado. Eles perceberam que jamais preço a punição ocuparem porque a gente iria opor-se a isso.
Leste incidente marcou bem o particular do bairro porque ocorreu exclusivamente através do palestra, sem algum sujeito de impetuosidade, acabando por provar que é mal as coisas devem ser feitas. O mesmo jamais aconteceu no demasia da cidade, onde as ocupações foram feitas de feição bronco sem auscultar as pessoas dos próprios bairros nem os proprietários das casas.
SR – Para deliberar os problemas do bairro, contaram com a auxílio da Reunião?
MC – Contámos com a auxílio da Percentagem Administrativa da Reunião e com a própria Sociedade de Freguesia de São Sebastião, a que pertencemos, para deliberar todos os problemas. E igualmente ajudámos a própria Sociedade porque, a fugir do instante em que nos formámos, começámos socorrer o particular da Sociedade nas tarefas de censo dos eleitores da freguesia. Durante mais de singular ano andámos de trás para a vanguarda para resolvermos os casos mais graves do bairro, porquê quadra a escassez de estradas de união ao bairro. Recordo-me que, antes do 25 de Abril, quando a CP fez a risco de combóio que passa coadunado às casas, prometeu desviar uma cessão rodoviária por insignificante da risco.
Contudo isso jamais aconteceu porque deixou toneladas de areia por insignificante da dita cessão. Ora, porquê ficámos sem união à trilho, mal formámos a Percentagem de Moradores, a primeira coisa que fizemos foi mobilizar os vizinhos para essa serviço, após arranjámos pás, picaretas e uma camioneta de trouxa para retrair de acolá a areia. Levámos semanas a exturquir a areia dali porém acabámos por elaborar a cessão que a CP tinha prometido. Ainda hoje, essa cessão por insignificante da ponte continua a ser o essencial aproximação ao bairro.
SR – Que outros benefícios trouxe a Percentagem de Moradores?
MC – Na profundeza havia singular largo esforço das pessoas em participar na bibiografia do bairro, por isso as coisas ocorreram com muita ligeireza. Posteriormente de deliberado o problema do aproximação pela trilho, decidimos invadir o liso do solo de singular edifício truncado, tal qual construtor fugiu depois o 25 de Abril, fizemos os acabamentos e metemos acolá a sofreguidão da Percentagem de Moradores. Uma vez que havia bem superfície e singular dos nossos avós problemas quadra a escassez de uma colégio primária no bairro, decidimos elaborar acolá uma colégio. A Reunião gostou da teoria e a colégio passou a funcionar acolá e isolado saiu daquele edifício quando, anos mais tarde, o Administração decidiu erigir a recente primária da Azeda.
Posteriormente resolvemos a quesito dos transportes públicos para o bairro, porque naquela profundeza jamais havia urbanas para cá, Se quiséssemos ir ao meio da cidade, tínhamos de ir à trilho de Palmela, para apanharmos os autocarros que iam de acolá para o meio de Setúbal. E a coisa quadra mesmo absurda porque nós estávamos, ao mesmo temporada incorporado da cidade e à orquestra dela. Assim, reunimos com a gestão da portanto empresa Belos que se disponibilizou a deliberar o tópico. Igualmente, naquela idade toda a gente se disponibilizava, mais que jamais fosse para jamais ser chamada fascista. E foi mal passou a ter a curso nº 9, para a Azeda. Ainda em 1974, resolvemos a quesito do higienização fundamental, pois muitas casas mais antigas jamais estavam ligadas à rede de esgotos.
SR – Que lutas é que a Percentagem de Moradores perdeu?
MC – Foram exclusivamente duas, porém bem importantes. Uma estava relacionada com a construção de uma sofreguidão para o quadrilha desportivo e a outra para a construção de uma mansão para a única casta que vivia numa barraca. No ocorrência do quadrilha desportivo, decidimos pirangar a auxílio da Reunião para elaborar uma sofreguidão porque andávamos há anos a praticar os miúdos na rua, sob água e de sol. A Reunião apoiou, disse-nos para assinalar os terrenos baldios vanguarda ao bairro, fez-se singular plano porém após veio a CP expressar que jamais podia ser. Isso desmoralizou as pessoas que acabaram por despovoar. Anos mais tarde, voltámos a tentar porém voltámos a haver problemas e foi aí que abandonámos a teoria. Ainda hoje jamais há sofreguidão para o quadrilha desportivo do bairro da Azeda.
O outro problema foi com o mundano que queríamos adoptar para elaborar uma mansão para a única casta do bairro que vivia numa barraca. Pedimos assentimento à Reunião para usarmos singular mundano baldio, foi-nos rifão que positivo, porém dias após, quando estávamos a debutar a sarar de tudo para elaborar a mansão para aquela casta, foi-nos rifão que aqueles terrenos tinham sido cedidos ao portanto Ministério do Tropa.
SR – Nessa idade, sentiram a pressão dos partidos?
MC – Isso jamais aconteceu, cada singular de nós tinha a cor política que tinha, alguns eram do PS, outros do PCP e outros de diversos partidos de esquerda, porém lida quadra lida e a política jamais se meteu onde jamais foi chamada. Sei de algumas comissões, com quem trocámos experiências, em que isso chegou a suceder.
Contudo cá jamais deixámos que isso acontecesse porque o que queríamos quadra labutar em missão das pessoas que cá moram. Contudo tínhamos singular problema que, segundo me parece, hoje igualmente ocorre em algum agregação, seja ela de moradores ou de outra coisa algum: havia meia dúzia de pessoas a labutar a honrado e o demasia ficava a presenciar. É que, mesmo com aquela brincadeira do 25 de Abril e da solidariedade, havia gente que jamais estava disposta a desmerecer as folgas e o convivência da casta para sarar dos problemas dos outros. São escolhas pessoais que, embora jamais compreenda, tenho de a apreciar.
SR – Quanto temporada durou a desavença dos moradores da Azeda de Insignificante?
MC – Para resolvermos os problemas mais urgentes, andámos nisto até 1976. A fugir daí, a brincadeira foi passando e a Percentagem de Moradores foi começando a dirigir os problemas do dia a dia do bairro. Andámos nisto durante década anos, aos poucos o particular foi desmobilizando porque, porquê éramos continuamente os mesmos, os problemas começaram a corroer a nossa virilidade. Até que chegámos a singular tema em que fiquei isolado eu, vi-me sozinho e sem auxílio porque já ninguém se interessava e acabei por despovoar igualmente. Hoje jamais temo Percentagem de Moradores e muita escassez nos fazia porque continuamos com problemas no bairro que isolado podem ser resolvidos se estivermos unidos.
SR – Valeu a punição o interesse que desenvolveu adiante da Percentagem de Moradores?
MC – Apesar de todos os cabelos brancos, de alguma escassez de congratulação ou de compreensão, acho que valeu mesmo a punição. Sem leste quadrilha, jamais haveria união ao bairro por trilho, jamais havia transportes públicos nem colégio nem coisa nenhuma. No entanto, igualmente acho que poderíamos haver completo mais se a Percentagem de Moradores tivesse durado mais anos, porque presentemente continuamos a debater-nos com poucos transportes públicos, com a escassez de entradas e saídas do bairro e nem sequer temos equipamentos desportivos.
SR – Se tivesse de regressar a mobilizar a população, fazia-o?
MC – Depende das circunstâncias, porque se fosse porquê há 25 anos possivelmente o fizesse novamente, porém de uma outra feição para que o particular jamais desmobilizasse. Se fosse hoje, teria de ter bem mais gente, jamais isolado cinco ou seis carolas, porque para labutar nisto é exacto gente interessada em labutar e desmerecer temporada em prol da irmandade. Ainda me lembro de haver completo, sozinho, singular alameda infantil para os miúdos do bairro, construí tudo e pus as crianças a recrear acolá. E singular dos meus avós desgostos foi jamais terem oferecido algum influência ao lida que fiz porque, tempos após, quando a Cooperativa de Residência começou a erigir, deitaram o alameda infantil inferior sem doar explicações a ninguém.