[ Edição Nº 82] – Observatório do Emprego estuda problemas do Litoral Alentejano.

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Edição Nº 8226/07/1999

Litoral Alentejano em estudo
Relatório aponta para os recursos naturais

       O futuro dos concelhos do litoral alentejano passa pela utilização dos recursos naturais para a implementação de indústrias e actividades ligadas à plataforma continental do porto de Sines, bem como a todas as empresas que este complexo irá gerar, para além da incrementação do turismo de qualidade e da potenciação da actividade agrícola, que continua a deter um peso considerável na economia regional.

A conclusão é da primeira parte do relatório mandado elaborar pelo Observatório do Emprego e Formação Profissional, tutelado pelo Ministério do Emprego e Solidariedade, com o objectivo de diagnosticar os problemas do litoral alentejano e, em conjunto com as entidades públicas e privadas locais, lançar pistas com vista ao seu desenvolvimento integrado.

As conclusões do documento foram divulgadas oficialmente no dia 22 de Julho, em Grândola, durante um seminário promovido pelo Observatório, sobre as questões do emprego e do desenvolvimento. Para este encontro foram convidados autarcas das a quatro câmaras do litoral alentejano, bem como todos os agentes de desenvolvimento daqueles concelhos.

Segundo contou ao

“Setúbal na Rede” o responsável pela elaboração do estudo, Carlos Ferreira, a ideia foi discutir em conjunto as conclusões do estudo e “tentar encontrar soluções que visem o desenvolvimento da região, tendo em atenção a protecção do meio ambiente. A segunda parte do estudo deverá estar pronta até ao final do ano e abordará as questões do emprego e da criação de postos de trabalho.

Embora incompleto, este relatório aponta já para saídas “equilibradas” de desenvolvimento regional, uma vez que, de acordo com o técnico responsável, “é nítida” a tendência para o desenvolvimento ligado aos investimentos no porto de Sines e aos projectos em curso ou em preparação, com vista à dinamização da indústria do turismo em todo o litoral alentejano.

Neste aspecto, o especialista destaca a reabilitação do complexo Torralta, em Tróia, que irá reanimar as capacidades turísticas e comerciais do concelho de Grândola, bem como oferecer cerca de 2 mil postos de trabalho, e os investimentos relacionados com a construção do complexo turístico da empresa americana Atlântic Company, na herdade da Comporta.

A estes projectos classificados de estruturantes, Carlos Ferreira junta ainda o comércio e os serviços do litoral alentejano e a vertente agrícola da região que considera “muito importante” do ponto de vista da economia local. Por isso, defende um maior investimento nesta área, bem como a reformulação dos métodos de trabalho.

Mas para que as coisas se desenvolvam de forma equilibrada “não basta investir nas empresas“, defende este responsável, que preconiza ainda o combate ao desemprego na região. Por isso, um dos primeiros passos nesse sentido será a adequação da mão de obra e a sua formação e reconversão, de modo a que os investimentos previstos para o litoral contem com os trabalhadores do Alentejo.

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