Edição Nº 82 • 26/07/1999 |
Se houver uma nova política de preços Apesar de satisfeita com a entrada em funcionamento do comboio na ponte 25 de Abril no dia 29 de Julho, a associação ambientalista Quercus garante que nem tudo vai bem na política da Fertagus. É que, se por um lado considera que os passes têm preços razoáveis, por outro dá razão aos utentes que consideram muito alto o preço dos bilhetes individuais. E para que o comboio sirva melhor a margem sul, a Quercus enviou ao Governo uma proposta de alteração de preços, para além da reivindicação da rápida construção do resto do eixo norte-sul. A criação de um órgão de gestão dos transportes públicos com todos os operadores existentes, permitindo maior qualidade, eficiência e preços razoáveis, é uma das reivindicações da Quercus, que no dia 22 de Julho deu a conhecer a sua posição sobre a entrada em funcionamento do comboio na ponte. De acordo com o presidente da associação ambientalista, Francisco Ferreira, esta seria uma boa forma de “baixar o preço dos bilhetes individuais do comboio na ponte”, que embora continuassem a custar 440 escudos, passariam a servir para todo o trajecto, contemplando a viagem entre o Fogueteiro e Lisboa e ainda os transportes dentro da própria cidade. Só assim, garantiu Francisco Ferreira ao “Setúbal na Rede”, seriam cumpridas as promessas de bom serviço aos utentes da margem sul do Tejo, que continuam à espera da chegada do comboio da ponte a Setúbal, e daqui para o Algarve. Neste aspecto, o presidente dos ambientalistas acredita que a construção dos 4 km de linha pode ser concretizada antes de 2003, “desde que seja feitas por fases”. E para enfatizar a necessidade desta ligação, Francisco Ferreira recorda que, enquanto a linha não estiver concluída, milhares de residentes a sul do Fogueteiro continuarão dependentes do automóvel para se deslocarem a Lisboa. Para além disso, a construção da linha que completará o eixo norte-sul, é ainda fundamental tendo em conta os comboios inter-cidades para o Algarve e a necessidade de abrir espaço ao tráfego de mercadorias através desta ferrovia. No que diz respeito à esperada redução do volume de tráfego na ponte 25 de Abril, Francisco Ferreira espera que tal se verifique, caso contrário “o Governo tem de se responsabilizar e encontrar medidas alternativas“. E uma dessas medidas tendentes a baixar o número de veículos que diariamente cruzam a ponte, poderia bem ser a criação de portagens diferenciadas consoante o número de ocupantes de cada veículo ligeiro. Esta possibilidade está inscrita numa proposta apresentada este ano pela Quercus ao Governo, e pretende ser um incentivo à partilha do automóvel por várias pessoas, na mesma viagem, de forma a “reduzir o número de veículos particulares” e simultaneamente “fazer baixar os índices de poluição nas horas de ponta“, concluí Francisco Ferreira. |