[ Edição Nº 83] – Eixo Ferroviário Norte-Sul inaugurado sob protestos.

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Inauguração do comboio na ponte
Sob o signo dos protestos

      No dia 29 de Julho, foi inaugurada a travessia ferroviária sobre o Tejo, debaixo de uma ‘chuva’ de protestos contra as tarifas impostas pela Fertagus. Isto porque, segundo os contestatários, com os actuais preços do comboio poderá sair mais barato ir de autocarro para Lisboa.

Apesar da nota emitida pelo Provedor de Justiça, que indicava a “justeza” dos preços definidos pela Fertagus para a travessia ferroviária da ponte 25 de Abril, os protestos fizeram-se sentir no dia da inauguração do eixo ferroviário. Em causa, segundo contou ao “Setúbal na Rede” Carlos Santos, do Bloco de Esquerda, um dos protagonistas desses protestos, “não está a importância desta travessia” mas sim os preços praticados.

E para exemplificar refere que um bilhete do Pragal a Lisboa “é mais caro que um de Lisboa a Cascais”, sendo que para agravar a situação, “não está integrado na rede de passe social”. Uma reivindicação que o Bloco de Esquerda levou à cerimónia de inauguração da travessia, a par da exigência da melhoria dos transportes rodoviários.

Para além disso, Carlos Santos protesta contra o monopólio dos transportes públicos, por parte do grupo Barraqueiro, que segundo garante, terá levado ao desinvestimento nas carreiras rodoviárias “logo no primeiro dia de circulação do comboio”. Segundo conta este responsável, “nesse dia as carreiras regulares dos Transportes Sul do Tejo foram alteradas sem aviso, para servirem apenas os utentes do comboio”.

A reclamação de Carlos Santos encontra eco no dirigente da Associação Democrática de Utentes da Ponte 25 de Abril (ADUP), Aristides Teixeira, que avançou ao “Setúbal na Rede” com o mesmo receio. Um receio que, segundo acrescenta, o próprio ministro do Equipamento, João Cravinho, já revelou publicamente.

Por essa razão, e pelo facto da Associação rejeitar os preços aplicados para a travessia ferroviária, Aristides Teixeira decidiu apelar ao boicote à utilização do comboio na ponte. Um apelo lançado em conferência de imprensa, no dia anterior à inauguração, que segundo conta o dirigente da ADUP, “irá surtir efeito” quando acabar o Verão e os milhares de portugueses que trabalham em Lisboa, “forem confrontados com os preços da nova travessia”.