Alerta na Lagoa de Santo André
Quercus exige medidas de protecção
O último lago húmido da Europa, na rota das aves migratórias tem os dias contados se o Ministério do Ambiente não travar os proprietários das zonas envolventes, ou não der alternativas à protecção do ecossistema. Quem o diz é o dirigente da Quercus do Alentejo, Dário Cardador, que receia os efeitos da rejeição dos proprietários em assinarem o acordo para a continuação da reserva de caça social.
Se até ao dia 16 de Janeiro, os proprietários dos terrenos adjacentes à Lagoa de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, não assinarem a renovação dos documentos para que a área continue a ser uma reserva de caça social, a lagoa poderá ficar “à mercê de todos os caçadores“, o que pela quantidade de utilizadores prevista, se traduzirá na destruição das espécies protegidas, bem como em estragos irreversíveis no frágil ecossistema da lagoa.
O alerta é lançado pelo responsável da Quercus do Alentejo, Dário Cardador, que garantiu ao “Setúbal na Rede” que a urgência da actuação governamental, deve-se ao facto de, no dia 16 de Janeiro terminar o prazo para a renovação da reserva de caça social, que impõe normas rígidas à actividade. Findo este prazo, a Lagoa passará a ser considerada uma área de caça livre, embora esteja integrada na Rede Natura 2000.
Apesar da “aflição” em que se encontra a Comissão Assessora da Zona de Caça, constituída por entidades como a Quercus, a Junta de Freguesia de Santo André, a Câmara de Santiago do Cacém, a Direcção Geral de Florestas, e representantes de pescadores e caçadores da região, Dário Cardador não critica os proprietários que recusam assinar o documento.
É que, se tivesse de o fazer “também pensaria duas vezes“, uma vez que o documento exige “demasiadas obrigações sem dar nada em troca“, como é o caso da proibição da venda dos terrenos em causa. Por isso, considera que quem tem de intervir é o Ministério do Ambiente, uma vez que “se isto acontece é porque a ministra ainda não fez o eu prometeu“, ou seja, dar despacho ao pedido de classificação da Lagoa de Santo André como área de Reserva Natural.
Assim, a Quercus exige a intervenção imediata de Elisa Ferreira neste caso, sob pena de “provocar o desaparecimento” um ecossistema “único na Europa“, mais os esforços desenvolvidos pelos ambientalistas e autarcas da região, ao longo dos últimos dez anos, “para proteger a lagoa“.