Agricultores do distrito à beira da falência
Vírus do tomate alastrou a outras produções
Cerca de três anos depois de detectado o primeiro caso de vírus do bronzeamento do tomateiro, na zona do Poceirão, os agricultores do concelho de Palmela continuam a confrontar-se com a destruição das produções. E neste terceiro ano, o caso agravou-se porque dizem que a doença alastrou a outros produtos.
Catorze escudos por cada quilo de produção de tomate perdida, a implementação de medidas alternativas para a erradicação do vírus e a declaração daquela área agrícola como uma área de calamidade, são as exigências feitos pelos cerca de 400 pequenos agricultores do concelho de Palmela, cujas culturas foram afectadas pelo terceiro ano consecutivo pelo vírus do tomateiro.
É que, depois do pedido de ajuda financeira e técnica, feito há cerca de um mês junto do ministro da Agricultura, e do qual os agricultores dizem ainda não ter obtido resposta, o caso veio a agravar-se porque, segundo contou ao “Setúbal na Rede” o presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, José Silvério, o vírus instalou-se nos terrenos agrícolas e “alastrou às culturas alternativas ao tomate“.
Desta forma, segundo adianta o dirigente, apesar dos agricultores tentarem mudar de cultura para escaparem aos prejuízos causados pelo vírus, “a solução não deu certo porque todas as plantações alternativas acabaram infectadas e destruídas“. Por isso, garante que os agricultores de Palmela “estão cada vez mais em maus lençóis” e exige a intervenção do Governo neste sector.
E José Silvério afiança que se a intervenção governamental não for feita rapidamente, “muita gente irá à falência total“. Isto porque, dados os prejuízos acumulados ao longo dos últimos três anos, “a opção tem sido o recurso à banca“. Um recurso que o presidente dos agricultores diz ser “muito perigoso“, uma vez que devido às dificuldades que os produtores têm para pagar os empréstimos, “a banca vai ficando com os terrenos e deixando as pessoas na miséria“.