No âmbito do Ano para a Cultura de Paz
Municípios assinam Proclamação de Palmela
O terceiro dia da Festa das Vindimas serviu de pano de fundo à assinatura da Proclamação de Palmela. Perante uma assistência atenta que praticamente esgotou o Cine Teatro São João, Palmela e os três municípios geminados comprometeram-se em promover e apoiar a cultura de paz entre os diferentes povos do mundo.
A Proclamação de Palmela, assinada no dia 4 de Setembro, entre a autarquia palmelense e os municípios espanhóis de Barcarrota, Xàbia e S. Filipe em Cabo Verde, vem ao encontro da vontade das Nações Unidas, ao instituir o primeiro ano do terceiro milénio como o Ano Internacional da Cultura pela Paz.
Isto porque no protocolo, as quatro autarquias acordaram em promover e apoiar conjuntamente campanhas de solidariedade com as populações afectadas pela guerra, em particular na Europa e em África, assim como projectos educativos e culturais nas suas comunidades locais.
Carlos de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Palmela, está satisfeito com a assinatura do protocolo, uma vez que segundo garantiu ao “Setúbal na Rede”, “os conflitos regionais somam mais baixas que as ocorridas durante a guerra fria”. E para o autarca isto significa que “todos têm o dever de se preocupar com as questões da paz, da solidariedade e dos direitos humanos”.
Carlos de Sousa salientou ainda que a actuação será efectuada, para já, a nível local, uma vez que acredita que a cooperação descentralizada entre comunidades locais pode constituir um contributo de grande significado. No entanto, para além desta ‘troca’ de valores culturais, ainda não estão previstos outro tipo de acções.
Por seu lado, Eugénio Miranda Veiga, presidente da autarquia caboverdiana de S. Filipe, não hesitou em atribuir a declaração da Proclamação ao povo de Timor Leste, tendo em conta que o dia da cerimónia em Palmela, “fica para a história como sendo o dia em que foi reconhecida oficialmente, através do referendo, a vontade de independência deste povo”.
O edil de S. Filipe revelou ainda ser intenção deste município contribuir com duzentos mil escudos, através da autarquia palmelense, para o povo de Timor, “que merece ser ajudado, por ser um povo tão corajoso que durante anos provou saber defender os ideais nobres da liberdade”.
Também os autarcas espanhóis, Eduardo Monfort Bolufer, de Xàbia e Santiago Manuel Rodrigues, por Barcarrota, congratularam-se com a assinatura deste protocolo, referindo que o intercâmbio cultural é a melhor ferramenta da paz.
E para provar isso mesmo, logo após a sessão solene, subiram ao palco o Trio de Música Clássica e o Coral Lírico da Xàbia, seguidos pela Banda e Coral da Sociedade Filarmónica Humanitária.