Presidente da Anunciada denuncia
Secretismo no projecto ribeirinho
O presidente da Junta de Freguesia da Anunciada, a área a que pertence a zona ribeirinha de Setúbal, está zangado com a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra. É que Acácio Lopes não perdoa a APSS por não o ter chamado a contribuir para a elaboração do Plano de Pormenor que promete mudar a face daquela zona da cidade.
Acácio Lopes diz-se ofendido com a situação, uma vez que “não faz qualquer sentido” criar um plano para mudar radicalmente a zona “sem que os mais interessados sejam chamados a participar no processo“. E embora admita que, do ponto de vista legal “nada obriga a que consultem a Junta“, do ponto de vista ético a história já é outra, tendo em conta que a população “tem o direito de saber o que se está a passar na sua freguesia“, acrescenta.
Para além disso, refere ainda o presidente socialista daquela freguesia, a falta de comunicação sobre este assunto “não faz sentido porque não há quem conheça tão bem esta zona como a Junta e a população“. O que do ponto de vista de Acácio Lopes, poderia dar um bom contributo para a boa realização do projecto em causa, nomeadamente no que diz respeito à doca dos pescadores e a toda a frente ribeirinha junto ao parque de campismo.
Pelo facto de desconhecer o plano da APSS para a zona ribeirinha de Setúbal, Acácio Lopes não pode tecer comentários sobre as obras cujo início pode ocorrer ainda este ano, no entanto não deixa de admitir a necessidade de se proceder a uma reabilitação completa daquela zona da cidade.
Entretanto, o Plano de Pormenor da Zona Ribeirinha de Setúbal, mandado elaborar pela APSS, está agora em fase de análise por parte dos técnicos da Câmara, e deverá ser aprovado na sessão pública do executivo, marcada para o próximo dia 14.
O documento contempla obras como a da construção de uma marina na zona onde actualmente está instalado o parque de campismo municipal “Toca do Pai Lopes”, a recuperação do cais nº 3 e da doca dos pescadores, a construção de um parque de estacionamento, a reconstrução da via portuária e a instalação de equipamentos públicos que permitam a fruição das condições naturais da área ribeirinha.