[ Edição Nº 89] – Rádios do distrito juntaram-se ao silêncio por Timor Loro Sae.

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Edição Nº 8913/09/1999

Rádios juntaram-se ao silêncio nacional
Distrito ficou ‘mudo’ por Timor Loro Sae

          O distrito paralisou quase por completo às três da tarde de quarta feira, dia 8 de Setembro, numa acção integrada num acto nacional de solidariedade para com o povo timorense, vítima do genocídio que tem vindo a ser perpetrado pelos indonésios num território que já decidiu pela independência.

A revolta da sociedade civil contra os massacres tomou a expressão do silêncio, liderada pelas rádios locais que decidiram aderir ao apelo da APR, Associação Portuguesa de Rádio, que pediu às emissoras associadas a realização de três minutos de silêncio.

Nalgumas rádios, durante três minutos o silêncio foi mesmo a palavra de ordem, mas noutras o tempo foi preenchido com o tema “Ai Timor”, dos Trovante. Foi o caso da Rádio Mirasado, em Alcácer do Sal, segundo contou ao

“Setúbal na Rede” a jornalista Paula Alexandra.

O mesmo cenário foi vivido em Sines e em Santiago do Cacém, sendo que neste último concelho, os responsáveis da rádio Antena Miróbriga decidiram mesmo desligar os emissores.

Um pouco por todo o distrito foram cumpridos os três minutos de homenagem, tendo sido interrompidos apenas pelas buzinas dos automóveis que ‘entupiram’ as vias de comunicação da região.

Nas empresas ocorreu o mesmo silêncio, tendo o comércio tradicional e os hipermercados parado milhares de trabalhadores. Associados a esta iniciativa nacional, estiveram também os estabelecimentos escolares e de saúde, todos os sindicatos ligados às duas centrais sindicais nacionais, todos os partidos políticos e as autarquias do distrito.

Mas os protestos dos setubalenses não ficaram por aqui, uma vez que muitos cidadãos do distrito fizeram questão de engrossar a manifestação que ocorreu no dia anterior, em Lisboa, junto à sede das Nações Unidas, e marcaram presença, no dia seguinte, em Lisboa, na realização do cordão humano que ligou as embaixadas dos cinco países do Conselho de Segurança da ONU à sede desta organização internacional, para pressionar a ONU a enviar uma força de restabelecimento da paz para o território.

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