Suinicultores preocupados com o futuro
Feira do Porco marcada pela crise
Durante quatro dias, o concelho do Montijo foi a capital do porco e da salsicharia. A XIV Feira Nacional do Porco e a XII Feira Nacional da Salsicharia, organizadas pela Associação Livre de Suinicultores (ALIS) em parceria com a autarquia local, realizou-se no Parque de Exposições da cidade. Apesar de todos os expositores terem sido ocupados e da presença de mais de uma centena de animais vivos, a crise continua a afectar os produtores nacionais.
O Governo possui uma entidade fiscalizadora que “tem actuado de forma satisfatória ao nível das importações do mercado espanhol“. A garantia é do secretário de Estado da Modernização Agrícola, Luís Vieira, em resposta ao documento entregue recentemente pelos suinicultores no Ministério da Agricultura, onde era proposta a aglutinação dos três órgãos fiscalizadores numa estrutura única.
Luís Vieira que presidiu à sessão de abertura da Feira do Porco e da Salsicharia, no dia 16 de Setembro, no Montijo, aproveitou ainda para se mostrar disposto a analisar a proposta dos suinicultores, no entanto salientou que o Governo tem tido “uma política solidária” neste sector, traduzida nas linhas de crédito bonificado que “ascenderam a 20 milhões de contos“. O que, nas palavras do secretário de Estado, significou “um esforço importante com o intuito de minimizar os efeitos da crise no sector“.
Apesar das garantias, os suinicultores do Montijo parecem não ter ficado convencidos quanto às medidas de fiscalização, uma vez que, segundo contou ao “Setúbal na Rede” o presidente da ALIS, José Pinto, actualmente esta área envolve três ministérios, o da Administração Interna, e os da Economia e da Agricultura. Uma estrutura considerada pesada e que para José Pinto poderia ser substituída pela fusão proposta no documento, já que “seria mais eficaz e mais barata para a tutela que alega ter falta de meios humanos“.
Pese embora a crise que a suinicultura atravessa, que aliás foi reconhecida pelo secretário de Estado ao prometer a continuação da ajuda à modernização e à produção, os produtores decidiram aderiram à feira porque, segundo o presidente da ALIS, “é a única com prestígio no país“. O certame, que terminou no dia 19 de Setembro, recebeu representantes portugueses, franceses, espanhóis, holandeses e belgas, o que na opinião daquele responsável simboliza a “capacidade de competir com os outros países tornando viva a vitalidade do sector“. 