União de Sindicatos desmente Jorge Coelho
Desemprego “não desceu” no distrito de Setúbal
Mais de uma centena de delegados sindicais, dirigentes e membros de comissões de trabalhadores de todo o distrito, em representação dos diversos sectores empresariais da região, reuniram-se no dia 16 de Setembro para o Plenário Distrital que todos os anos se realiza em Setúbal. O encontro, promovido pela União de Sindicatos de Setúbal, a estrutura regional da CGTP, foi marcado pelas críticas à política laboral do Governo e por fortes acusações a Jorge Coelho, o cabeça da lista do PS por Setúbal às próximas legislativas.
O candidato do PS pelo distrito, Jorge Coelho, “mentiu aos eleitores” ao enviar-lhes uma carta garantindo que, com a reestruturação da Lisnave e da Torralta tinham sido criados 15 mil postos de trabalho em Setúbal, e que na sequência destas medidas, o desemprego teria diminuído em cerca de 27%.
A denúncia foi feita ao “Setúbal na Rede” pelo coordenador da União de Sindicatos de Setúbal (USS), Rui Paixão, no final do Plenário Distrital que reuniu mais de uma centena de delegados. O coordenador da USS diz-se escandalizado com o teor da carta distribuída junto da população de Setúbal, uma vez que “nada disto é verdade“.
E como se recusa a “aceitar mentiras”, Rui Paixão refere que os números oficiais apontam para 40 mil desempregados e que a “apregoada” redução do desemprego no distrito “não passa de um aumento da precariedade, da ocupação temporária dos desempregados e da limpeza dos ficheiros de desempregados“.
Para exemplificar o que classifica de precariedade no emprego, o dirigente da USS relembra alguns casos, como o da Indelma, do Grupo Valério, da ADP e da Norporte, onde segundo adianta, “estão mais de 1500 postos de trabalho em perigo“.
Mas as críticas à política laboral do Governo não ficam por aqui, uma vez que no encontro de dia 16 os delegados aprovaram uma moção onde condenam as medidas tomadas nos últimos quatro anos. É que para estes dirigentes, o “contexto económico favorável” em que decorreu o mandato do actual Governo poderia ter sido aproveitado para melhorar “significativamente as condições de vida e de trabalho” dos portugueses.
Em vez disso, segundo adiantam, a vontade política “foi virada para a satisfação dos interesses do grande capital“, tendo provocado o “aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres“. E pelas contas de Rui Paixão, embora existam condições “para melhorar os salários dos trabalhadores“, o que o executivo tem feito é “promover a acumulação da riqueza“.
Por isso, os dirigentes sindicais do distrito resolveram questionar todos os candidatos a deputados pelo círculo eleitoral de Setúbal sobre o que defendem para o futuro dos trabalhadores, nomeadamente no que diz respeito aos aumentos salariais, ao salário mínimo nacional e à redução do horário semanal de trabalho para 35 horas.