Edição Nº 90 • 20/09/1999 |
Recolha de fundos avança em Setúbal Em resposta ao apelo da Associação Nacional de Municípios (ANMP), várias autarquias do distrito de Setúbal aderiram à campanha de recolha de fundos para ajudar o povo timorense. Assim, foram criadas diversas contas bancárias para recolher os donativos dos cidadãos, tendo as respectivas autarquias dado o exemplo ao depositarem os primeiros donativos. Cerca de mil contos, é o valor do donativo da Câmara Municipal de Setúbal para a conta bancária aberta na Caixa Geral de Depósitos em nome da autarquia e do Alto Comissário para o Apoio à Transição em Timor Loro Sae. A decisão foi avançada ao “Setúbal na Rede” pelo vereador Mota Ramos, que substitui o presidente da autarquia, Mata Cáceres, agora com mandato suspenso pelo facto de se candidatar às próximas eleições legislativas. De acordo com Mota Ramos, esta medida foi tomada na última sessão pública do executivo “na sequência do apelo feito pela ANMP“, para ajudar na reconstrução de Timor Loro Sae. E segundo o autarca, trata-se de “uma pequena forma de contribuir” para a luta do povo timorense que está “ligado a Setúbal“, através da presença da maior comunidade de refugiados timorenses do país. Uma “ligação afectiva” tão forte que há cerca de um ano levou o executivo da Câmara a homenagear os dois Prémio Nobel da Paz, Ramos Horta e Ximenes Belo, com a Medalha de Honra da Cidade. Para além da abertura da conta bancária para ajudar os timorenses, a edilidade promete ainda “desenvolver esforços” no sentido de tornar viável a geminação com uma cidade timorense. Uma ideia que, segundo conta Mota Ramos, tem por objectivo criar condições para a promoção de “uma cooperação efectiva” com vista à normalização da situação no território e à construção da nação de Timor Loro Sae. O sentimento da autarquia setubalense vem confirmar as declarações da presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa, que na edição anterior tinha avançado ao “Setúbal na Rede” a intenção dos municípios do distrito, de ajudarem na reconstrução do território. Para ajudar financeiramente essa reconstrução, Almada também abriu uma conta bancária, onde depositou 10 mil contos, no que será seguida pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal ainda durante esta semana. E neste aspecto, o presidente da autarquia alcacarense, Rogério de Brito, reforça a ideia de uma ajuda “concreta” a Timor Loro Sae, depois da saída das tropas indonésias, através da oferta de ajuda técnica e logística aos municípios timorenses. A ajuda prestada pelo município ao povo timorense é “o reflexo” da solidariedade demonstrada pelos cidadãos, adianta Rogério de Brito ao salientar a importância da concentração realizada no dia 16 de Setembro, no Largo Pedro Nunes, e que mobilizou a população do concelho. A iniciativa contou com a presença do dirigente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), Roque Rodrigues. Por seu lado, a entidade que representa os treze concelhos do distrito ao nível da promoção do turismo, a Região de Turismo de Setúbal (RTS), decidiu lançar uma campanha de alerta às suas congéneres em todo o mundo para o genocídio em Timor Loro Sae. A iniciativa da Comissão Executiva da RTS foi avançada pelo presidente Eufrázio Filipe, e pretende “mobilizar todas as entidades ligadas ao turismo” para a causa timorense e para a “ajuda concreta à reconstrução do território“. |