Indelma despede 700 trabalhadores
Sindicato e municípios não se conformam
Cerca de um terço dos trabalhadores da fábrica Indelma, no Casal do Marco, corre o risco de ficar sem emprego se o Ministério da Economia não intervir no processo já anunciado pela administração da empresa do grupo Siemens. A denúncia é do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI), no que conta com o apoio da Associação de Municípios do Distrito de Setúbal.
O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI), garante que a administração da Indelma quer despedir 700 funcionários do sector de fabricação de cablagens para a Renault, e transferir o serviço para a Lituânia.
A denúncia foi feita ao “Setúbal na Rede” pelo dirigente sindical Carlos José, após uma reunião com a delegação de Almada da Inspecção Geral do Trabalho, onde foi confirmada a intenção da empresa de proceder aos despedimentos.
Por essa razão, o sindicato já chamou a atenção do secretário de Estado da Economia, Vítor Ramalho, um ‘lembrete’ que Carlos José considera “legítimo” tendo em conta “os milhões de contos com que o Estado tem apoiado a empresa ao longo dos últimos 25 anos”.
Para tentar encetar negociações com a empresa e salbaguardar os postos de trabalho, os dirigentes do SIESI solicitaram já uma reunião com a administração. E Carlos José deixa um aviso no ar: se a Indelma mantiver o propósito de despedir os trabalhadores, “será desencadeada uma greve” ainda durante esta semana, com concentração junto ao Ministério da Economia, em Lisboa.
Ao lado do sindicato e dos trabalhadores da fábrica de Casal do Marco, que nos últimos anos tem sido alvo de críticas devido à falta de segurança no local de trabalho, está a Associação de Municípios do Distrito de Setúbal (AMDS) que já se manifestou preocupada com a situação.
É que, segundo contou ao “Setúbal na Rede” o presidente da AMDS, Carlos de Sousa, os despedimentos terão consequências negativas quer para as famílias dos trabalhadores em causa quer para todo o distrito que considera “bastante penalizado nesta matéria”.
Face aos problemas com que se deparam 700 dos 2500 trabalhadores da Indelma, o presidente da AMDS já fez saber que está disposto a ajudar na preservação dos postos de trabalho. Assim, foram já solicitadas informações ao Governador Civil de Setúbal, Alberto Antunes, e ao próprio ministro da Economia, Pina Moura, que terá de explicar que tipo de acções irá desenvolver para evitar os despedimentos previstos.