[ Edição Nº 91] – Abate de sobreiros em Setúbal leva a agressões físicas a repórteres.

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Edição Nº 9127/09/1999

Sob o signo das agressões verbais e físicas
Quercus denuncia crime ambiental em Setúbal

          O abate de sobreiros num montado com mais de 10 hectares desta espécie protegida levou a associação ambientalista Quercus a denunciar publicamente o caso no dia 23 de Setembro. Numa conferência de imprensa que decorreu sob o signo das agressões e dos insultos à equipa de reportagem da RTP, por parte de um responsável pelas máquinas que operavam no terreno, o presidente da Quercus, Francisco Ferreira, mostrou no local aquilo que classifica de um “autêntico crime ambiental”.

Protegidos por agentes da Guarda Nacional Republicana, a quem solicitaram ajuda, os dirigentes da associação ambientalista denunciaram o que classificam de “crime ambiental” em curso na freguesia de Pontes, em Setúbal. Segundo Francisco Ferreira contou ao

“Setúbal na Rede”, durante a última semana foram abatidos dezenas de sobreiros e azinheiras, espécies protegidas por lei e que só podem ser abatidas por razões de utilidade pública.

Uma situação que Francisco Ferreira acredita não se verificar com o terreno em causa, uma vez que, segundo foi informado pelo executivo da Junta de Freguesia, a área deverá destinar-se às construção de um parque de estacionamento. Por isso, o presidente da Quercus garante que tudo indica que “não existe qualquer licença para abater as árvores”.

Mas como este não é o único caso de abate de montado de sobro na região, ao longo dos últimos meses, o dirigente dos ambientalistas diz-se preocupado com o ‘avanço’ dos cortes indiscriminados de espécies protegidas em zonas como a periferia de Setúbal, de Alcácer do Sal e de Palmela. Tanto mais que, segundo garante, estes ‘pulmões’ verdes junto aos centros urbanos constituem “as únicas réstias de Natureza e da presença das espécies autóctones” da região, razão pela qual devem ser “ainda mais preservadas”.

Para tentar travar o processo de corte do montado de sobro e proteger as árvores que restam, a Quercus já alertou a Direcção Geral de Florestas para o sucedido e, ao mesmo tempo, solicitou informações detalhadas sobre a evolução deste caso denunciado pela própria população da freguesia.

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