Edição Nº 92 • 04/10/1999 |
Marcado pela ausência da CDU Sob o signo da recusa do nº 1 da CDU por Setúbal, Octávio Teixeira, em participar num debate entre os cabeça de lista às próximas legislativas, o encontro promovido pela rádio Popular FM, no auditório dos Bombeiros Voluntários do Pinhal Novo, resultou num confronto de ideias sobre as perspectivas de futuro do distrito. As críticas do Partido Popular e do Bloco de Esquerda (BE) à actuação do Governo socialista, e a troca de ‘mimos’ entre o número 1 do PS, Jorge Coelho, e o nº 6 do PSD, Carlos Filipe Oliveira, que participou no debate em nome do cabeça de lista social democrata António Capucho, foram as tónicas do debate promovido no dia 30 de Agosto, no Pinhal Novo, para o qual foram convidados os cabeças de lista do PS, do PSD, do PP, da CDU e do BE. No entanto, o cabeça de lista da CDU, Octávio Teixeira, voltou com a palavra atrás e recusou participar no debate, por discordar da presença do BE, o que levou os candidatos do PS, do PSD, do PP e do próprio BE, a lamentarem tal decisão. No entanto, como avançou o cabeça de lista do BE, Carlos Santos, que disse não compreender tal atitude, “quem perdeu foi o eleitorado”, por não poder ouvir as explicações da CDU, “e a própria CDU que não pode explicar os planos que tem para Setúbal”. De salientar que os critérios jornalísticos que levaram à inclusão do BE no debate promovido pela Popular FM, e moderado por dois elementos do “Setúbal na Rede”, prenderam-se com os resultados de sondagens que indicam a possibilidade deste movimento vir a eleger um deputado. Mas a ausência do cabeça de lista da CDU não impediu os candidatos de ‘esgrimirem’ argumentos, pelo que durante cerca de duas horas o auditório da Popular FM e o público presente na sala ouviram as propostas dos candidatos. Se para o nº6 do PSD, Carlos Filipe Oliveira, Setúbal “tem de ajudar a derrotar o PS, para que o distrito progrida” , uma vez que “durante 4 anos nada se fez de novo”, já para o cabeça de lista dos socialistas, Jorge Coelho, a necessidade está no “reforço do voto no PS”, uma vez que entende ser este o único partido capaz de “avançar com a política de investimentos desencadeada há quatro anos em todo o distrito”. A glorificação da obra feita não agradou aos candidatos presentes, tendo o cabeça de lista do PP, Rosado Fernandes, centrado as críticas na política de educação e na “promoção” de uma tendência “subsidiodependente” do distrito. Já o social democrata Carlos Filipe Oliveira, pretendeu desmontar os argumentos de Jorge Coelho, ao apontar lacunas em áreas como a das pescas, da agricultura e do ambiente, rematando ao afirmar que “a maioria dos investimentos estruturantes no distrito de Setúbal foram iniciados pelo Governo PSD”. Já Carlos Santos, cabeça de lista do BE, garantiu que em Setúbal vive-se mal por falta de vontade política dos sucessivos governos em resolver os problemas das populações. Segundo afirmou, o problema de Setúbal é o mesmo do resto o país, “e traduz-se na completa ausência de uma oposição”. Por isso, propõe-se constituir uma oposição credível à esquerda, “em nome dos direitos da população do distrito”. Quanto ao futuro, todos defendem que o distrito deve ser tratado de forma diferenciada tendo em conta as realidades distintas da península e dos quatro concelhos do litoral alentejano, e que o próximo Governo deve fomentar a criação de mais investimento para que o distrito ultrapasse a dependência em relação a Lisboa. |