[ Edição Nº 92] – Trabalhadores da Indelma paralisaram contra os despedimentos.

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Redução de postos de trabalho na Indelma
Sindicato exige intervenção do Governo

       Os cerca de 2500 trabalhadores da Indelma, em Casal do Marco, paralisaram no dia 29 de Setembro em protesto contra o anunciado despedimento de cerca de 700 funcionários da secção que fabrica as cablagens para os veículos da Renault. E embora a empresa tenha referido não se tratar de despedimentos, mas sim de rescisões de mútuo acordo, trabalhadores e sindicalistas dizem não estar convencidos e exigem a intervenção do Governo.

O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI), garante que a administração da Indelma quer mesmo despedir 700 funcionários do sector de fabricação de cablagens para a Renault, e transferir o serviço para a Lituânia, onde “a mão de obra é mais barata”.

A denúncia é feita ao “Setúbal na Rede” pelo dirigente sindical Carlos Ribeiro, na sequência da reunião de dia 23, a segunda reunião no espaço de duas semanas com a administração da fábrica pertencente ao grupo Siemens, e cujos resultados “inconclusivos” levaram mesmo à realização de uma greve de 24 horas no dia 29.

É que, de acordo com Carlos Ribeiro, o sindicato e os trabalhadores dizem não ter razões para acreditar nas afirmações proferidas pela administração que garantiu não ter despedimentos em vista mas sim a rescisão amigável com alguns trabalhadores e a transferência de outros para vários sectores da fábrica.

Os receios de Carlos Ribeiro, que são secundados por alguns trabalhadores que se dizem “pressionados” a sair ao terem ficado “sem funções para desempenhar”, apontam para um despedimento colectivo que “afectará mais de 700 trabalhadores e as respectivas famílias”, por razões que “nada têm a ver com a produtividade da empresa”.

Ou seja, segundo este responsável, os critérios da Siemens ao transferir este sector de produção da fábrica de Casal do Marco para a Lituânia “são meramente económicos”, pelo que “nem sequer respeitam os incentivos que Portugal deu durante mais de 25 anos”.

O sindicato já chamou a atenção do secretário de Estado da Economia, Vítor Ramalho, e do ministro da Economia, Pinha Moura, uma vez que entende que o Governo tem uma palavra a dizer quanto ao futuro dos postos de trabalho para os quais “contribuiu com o dinheiro de todos os portugueses”.