[ Edição Nº 94] – Grupo de teatro “O Bando” muda-se para Palmela.

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Com um investimento de quase 200 mil contos
O Bando muda-se para Palmela

      O dia 15 de Outubro marcou a passagem dos 25 anos do grupo de teatro O Bando e assinalou a passagem de mais uma etapa na vida daquele que é considerado um dos mais prestigiados projectos culturais de intervenção itinerantes do país e, ao mesmo tempo, a mais antiga cooperativa cultural criada após o 25 de Abril de 1974. No dia do 25º aniversário foram assinados protocolos com o Ministério da Cultura e com a Câmara Municipal de Palmela, para a instalação d’O Bando em edifício próprio em Vale de Barris.

Uma velha quinta e o edifício de uma antiga vacaria vão acolher, a partir desta semana, os 21 elementos deste grupo de teatro que já pediu 100 mil contos de empréstimo à banca para a compra do espaço, ficando assim a pagar cerca de mil contos por mês. É o sonho d’O Bando, que há 25 anos procura uma casa “tudo menos convencional”, dado o seu carácter intervencionista e itinerante, afirmou ao “Setúbal na Rede” o director artístico e encenador, João Brites.

O projecto de recuperação do espaço e de adaptação do edifício chega aos 200 mil contos, mas O Bando tem a ajuda do Ministério da Cultura, que disponibiliza 70 mil contos, e da Câmara de Palmela que oferece 35 mil. Admitindo tratar-se da maior aposta do grupo que deixou Lisboa para se fixar no campo “para reflectir sobre a intervenção e o papel do teatro” na vida da sociedade, João Brites garante que “foi desta vez” que o grupo encontrou o local ideal para trabalhar.

Com a estreia de uma peça no final deste ano, já no novo espaço – “A Porca”, baseada no livro “Estranhos Perfumes” da escritora francesa Marie Darrieussecq, João Brites garante que o grupo vai trabalhar na requalificação do espaço para que tudo esteja pronto em meados do ano que vem.

Quem também está satisfeito com a assinatura do protocolo que veio oficializar a “boa colaboração entre a autarquia e o grupo de teatro” que há alguns anos colabora na realização de iniciativas culturas da Câmara, é o responsável pelo gabinete sócio cultural do município, Luís Guerreiro. Isto porque, segundo adiantou ao “Setúbal na Rede”, a fixação do grupo de teatro O Bando em Palmela “há muito que era esperada pela autarquia”, tendo tido no presidente Carlos de Sousa, “o seu maior adepto”.

Com este protocolo, o concelho também fica a ganhar, uma vez que O Bando terá por responsabilidades a criação de espaços culturais, a implementação de cursos de formação de teatro, o auxílio às companhias amadoras do concelho e às colectividades locais, bem como a prossecução das parcerias que tem desenvolvido, na realização das várias iniciativas culturais que a edilidade promove ao longo do ano.