Mais uma vez ficou provado que grande sábio é o Povo, malgrado todos os atestados de menoridade que alguns ‘iluminados’ políticos lhe queiram assacar. Por mais folclóricas que sejam as tentações com que o queiram seduzir, no fundo no fundo, o bom Povo Português tem dos políticos uma opinião sedimentada que não lhe deixa margem para muitas surpresas.
Opinião que não é de hoje mas já vem dos idos tempos da Monarquia e da 1ª República, que nunca foi muito lisonjeira diga-se de passagem, se nos lembrarmos de um célebre cartoon (nesse tempo teria outro nome), do não menos célebre Bordallo Pinheiro, em que a Política era caricaturada de “A Grande Porca”. Tableau!
O resultado das eleições legislativas não deixa margem para grandes dúvidas. O Povo Português já deu ao PS tempo suficiente para governar a sério e não ao sabor das conveniências de alguns grupos de pressão e, como tal, ou o PS põe em marcha, quanto antes, as reformas estruturais de que o país necessita como do pão para a boca, ou arrisca-se nas próximas eleições legislativas (se lá chegar sem ser apeado) a ter o mesmo destino que o governo do PSD de Cavaco Silva.
É mais ou menos pacífico que nas áreas da Saúde, da Justiça, da Segurança Social, da Educação e, muito principalmente, da “injustiça” fiscal, ou há a coragem para inverter as políticas seguidas nos últimos quatro anos, ou na realidade o segundo Governo de António Guterres não chega ao fim da próxima legislatura.
Dois exemplos das leituras dos resultados das eleições legislativas dentro do próprio PS, que nos despertaram a atenção e nos dão uma visão da correlação de forças: a de Fernando Gomes, sedento de protagonismo, a reivindicar para o SEU PORTO (fica-lhe bem essa postura) mais PODER, numa leitura nitidamente ‘caseira’, e a de Manuel Alegre, a reivindicar mais ESQUERDA na governação do seu partido (no seu indiscutível papel de consciência política do PS), numa leitura nacional e mais consentânea com o carisma do partido (dito de esquerda).
Talvez não seja descabido trazer à coacção, descontando as devidas proporções, o caso do ‘totoloto’ que representa a organização do Europeu 2O04 de Futebol atribuído, e ainda bem, a Portugal. Isto para dizer que, quando se programam convenientemente os objectivos, se investe na qualidade e na profissionalização, (parabéns Carlos Cruz) os bons resultados aparecem, logo, tem a palavra o PS para lhe estarmos a dar os parabéns, daqui a quatro anos (se lá chegarmos, o signatário e o governo do PS).
Queira Deus que sim!