[ Edição Nº 105] – Empresa responsável explica incinerador de armamento à população de Alcochete.

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IDD desmistifica incinerador de armamento
Câmara de Alcochete não ficou convencida

          A polémica em volta da construção de uma unidade para queimar armas obsoletas, no concelho de Alcochete, atingiu tais proporções que a empresa responsável viu-se obrigada a realizar uma sessão de esclarecimento para sossegar os ânimos. No entanto, a operação parece não ter obtido os resultados esperados, uma vez que o presidente da Câmara continua ‘de pé atrás’.

O projecto para a destruição de armamento obsoleto “não contempla a construção de qualquer central de incineração” mas sim a instalação de uma câmara de detonação. A explicação pública foi dada pelo Ministério da Defesa, na sequência das queixas da Câmara de Alcochete sobre a falta de esclarecimento sobre o assunto.

Os protestos que esta intenção governamental provocou ao longo do último mês levou mesmo à realização de uma sessão de esclarecimento, efectuada no dia 29 de Dezembro de 1999, por parte da IDD – Indústria de Desmilitarização e Defesa, cujos responsáveis se deslocaram a Alcochete para tirar as dúvidas aos autarcas e à população.

No encontro, o presidente do Conselho de Administração da IDD, Oliveira Faria, fez questão de explicar ao presidente da Câmara de Alcochete que “não existem projectos para qualquer incineradora” mas sim para “a construção de uma câmara de detonação” a instalar em terrenos da antiga fábrica de explosivos Extra.

Para além disso, Oliveira Faria garantiu que o projecto cumpre todas as regras de segurança e de protecção ambiental em vigor em Portugal e na União Europeia. Para sossegar os ânimos da autarquia e dos cidadãos, que ao longo do último mês têm vindo a exaltar-se por falta de informação sobre o assunto, o presidente do Conselho de Administração da IDD explicou ainda que o equipamento será destinado apenas à desactivação das munições convencionais obsoletas e das minas anti-pessoal.

Quem não ficou muito convencido foi o presidente alcochetano, Miguel Boieiro que, apesar da garantia de que a unidade contará com um sistema de tratamento de efluentes gasosos e líquidos, continua a insistir nos receios relacionados com “a questão ambiental e da segurança das populações”.

Assim, Miguel Boieiro continua a ‘bater o pé’ para a realização de um estudo de impacte ambiental sobre a localização do equipamento, “dada a proximidade do IC13 e de um pequeno agregado populacional”.