Apesar dos protestos na rua
Misericórdia do Barreiro reelegeu provedor
A Misericórdia do Barreiro reelegeu o provedor Júlio Freire para um mandato de dois anos, num acto eleitoral ocorrido no dia 28 de Dezembro de 1999 e envolto em alguma polémica. Alguns sócios queixam-se de terem sido impedidos de votar e, por isso, prometem impugnar o acto.
336 votos a favor, seis contra e dois nulos, foi de quanto o provedor da Misericórdia do Barreiro, Júlio Freire, precisou para ser reconduzido à frente dos destinos daquela instituição de solidariedade social, uma vez que a sua lista foi a única concorrente ao acto. Isto apesar da formação de uma segunda lista que à ultima hora acabou por não concorrer, deixando o caminho aberto para o grupo liderado pelo provedor Júlio Freire.
No entanto, nem tudo parece ter corrido bem no acto eleitoral ocorrido nas instalações da morgue da Misericórdia, uma vez que alguns irmãos se queixaram de terem sido impedidos de exercer o direito de voto. É que, de acordo com este grupo de contestatários, que não dispõem de cartão de sócios por serem considerados apenas sócios contribuintes, “nem toda a gente votou”, razão pela qual estão já a pensar “impugnar o acto”.
É que, de acordo com João Massapina, um dos contestarários, neste acto eleitoral terão sido rejeitados cerca de dois mil sócios que, por isso não tiveram direito a votar. A alegada “rejeição sistemática” de alguns sócios parece ter vindo a provocar divisões no seio da instituição ao longo do último ano e meio, de tal forma que o ‘contencioso’ foi já parar a tribunal e às instituições oficiais que tutelam a Misericórdia.
Os problemas naquela instituição já chegaram aos partidos políticos locais, primeiro com o PCP a reivindicar a “reposição da legalidade” e agora com o PP a manifestar-se preocupado com a continuação dos ‘imbróglios’ no seio da instituição.
Esta semana a Comissão Política Concelhia do Barreiro do PP fez saber que pretende “uma clarificação” da situação e aproveitou para apelar aos barreirenses que “assumam as suas responsabilidades na instituição”, uma vez que considera a Misericórdia um património de todo o concelho e não apenas dos associados.