Alcochete e Montijo confrontam-se em tribunal
Acusações continuam entre municípios vizinhos
O presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, Arnaldo Fernandes, apresentou uma nova queixa junto do Ministério Público contra a presidente da Câmara de Montijo, Maria Amélia Antunes, por alegada difamação. Em conferência de imprensa realizada no dia 29 de Fevereiro, Arnaldo Fernandes acusou ainda os responsáveis do PS do município vizinho de “tratarem este concelho como se fosse uma freguesia de Montijo”.
“Os autarcas e dirigentes políticos de Montijo não têm qualquer legitimidade para intervir”
sobre território de Alcochete, por isso o presidente da Assembleia Municipal exigiu que seja “plenamente respeitada a nossa autonomia”. Os recados de Arnaldo Fernandes seguem-se às criticas levantadas contra a gestão urbanística deste concelho, razão pela qual apresentou uma declaração de protesto na última sessão da Assembleia Municipal, realizada no dia 18 de Fevereiro.
Referindo que a actual maioria montijense “não tem a mínima autoridade política para criticar e atacar Alcochete”, Arnaldo Fernandes deu o exemplo com a urbanização que Amélia Antunes anuncia “para criar uma nova cidade colada às freguesias do Samouco e São Francisco, para dezenas de milhares do novos habitantes”.
Mas as criticas vão mais longe, uma vez que Arnaldo Fernandes acusou ainda o actual executivo montijense de trabalhar “à margem da lei” e “adjudicar directamente a determinados empreiteiros sem concurso”, a construção de rotundas, arruamentos e outras obras, “em troca das taxas de urbanização que aqueles teriam de pagar ao município”.
Apesar das acusações proferidas, Arnaldo Fernandes quis deixar claro que em circunstâncias normais não se pronunciaria publicamente sobre a gestão do município vizinho. Assim, deixa o recado a Maria Amélia Antunes: “deixe-nos trabalhar em paz porque não estamos disponíveis para alimentar o seu ímpeto guerrilheiro e as estratégias de afrontamento”, de que deu como exemplos o caso do cais do Seixalinho, o posto médico do Afonsoeiro e a ponte de Sarilhos.
Quanto às acusações pessoais da autarca de Montijo, Arnaldo Fernandes garante que a sua competência e capacidades profissionais nunca foram postas em causa e considera que a presidente “abusou do seu poder enquanto elemento fiscalizador da AMDS”, ao divulgar publicamente dados sobre o seu contrato de trabalho. Por essa razão, afirma que Amélia Antunes vai responder em tribunal pelas ofensas pessoais.